segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A trave no olho da Academia Islâmica



Por Jefferson Nóbrega

Passeando pelas notícias no mundo virtual, deparei-me com uma que causou um mix de sentimentos ao lê-la. O título da reportagem era impactante, “Academia islâmica quer que Bento XVI se desculpe pelas Cruzadas”, e seu conteúdo traz uma mistura de preocupação com revolta.

A notícia informou que para a principal entidade sunita do mundo, um pedido de desculpa por parte do Santo Padre Bento XVI, é quase que uma condição sine qua non, para o retorno das conversas bi-laterais entre as duas maiores religiões do mundo, suspensas após Bento XVI denunciar à perseguição empregada pelos muçulmanos contra os Cristãos no Oriente Médio.
A instituição islâmica exige uma ação que demonstre a boa intenção do Papa para a retomada do diálogo.

Mas, porque desculpar-se pela defesa de suas terras assaltadas brutalmente, pelo socorro ao seu povo perseguido, escravizado e massacrado?

Quando em 638 o califa Omar conquista Jerusalém, esta era, há mais de três séculos, cristã. Pouco depois, sequazes do Profeta invadem e destroem as gloriosas igrejas, primeiro do Egito e, depois, de todo o norte da África, levando à extinção do cristianismo em lugares que tinham tido bispos como santo Agostinho. 

Depois foi a vez da Espanha, da Sicília, da Grécia, daquela que será chamada Turquia e onde as comunidades fundadas pelo próprio São Paulo tornaram-se montes de ruínas. Em 1453, depois de sete séculos de assalto, capitula e é islamizada a própria Constantinopla, a segunda Roma. O rolo islâmico atinge os Balcãs, e, como por milagre, é detido e obrigado a retirar-se das portas de Viena. 

Entretanto, até o século XIX, todo o Mediterrâneo e todas as costas dos países cristãos que ficam em face, são "reservas" de carne humana: navios e países serão assaltados por incursões islâmicas, que retornam às covas magrebinas cheios de butins, de mulheres e jovens para os prazeres sexuais dos ricos e de escravos obrigados a morrerem de cansaço ou para serem resgatados a preços altíssimos pelos Mercedários e Trinitários. Execre-se, com justiça, o massacre de Jerusalém em 1099, mas não se esqueçam de Maomé II, em 1480, em Otranto, simples exemplo de um cortejo sanguinolento de sofrimentos.  [1]

Afirma o historiador, especialista em Cruzadas, Jonathan Riley-Smith da Universidade de Cambridge: É difícil agora imaginara intensidade do amor que se sentia então pelos Santos Lugares e Jerusalém: a preocupação suscitada pela heresia e os assaltos físicos contra a Igreja; o medo dos ocidentais dos invasores muçulmanos, capazes de chegar ao centro da França no século VIII, e na Viena nos séculos XVI e XVII". "Isto permite explicar – conclui Smith – por que, durante centenas de anos, papas, bispos e uma maioria de fiéis consideraram que combater nas Cruzadas era a melhor arma defensiva que tinham e uma forma popular de devoção; e isto pode ter obscurecido a seus olhos o fato de que na realidade se podia confiar pouco nisso".  Nesse sentido, não deve escandalizar "nem que o Papado reconhecesse as ordens militares nem que ao menos cinco concílios se pronunciaram em favor das Cruzadas e que dois, o IV Concílio de Latrão (1215) e o Concílio de Lyon (1274), publicaram as constituições “Ad Liberandam” e “Pro Zelo Fidei”, dois documentos que definiram o movimento cruzado".[2]

Smith ainda explicou que a interpretação que desprestigiou e depreciou as Cruzadas é fruto das obras de sir Walter Scott (1771-1832) e de Joseph François Michaud (1767-1839), ambos autores românticos. Sir Walter Scott apresentou os cruzados como "dedicados a assaltar brutalmente muçulmanos mais avançados e civilizados", enquanto que o escritor e historiador francês Michaud divulgou a opinião de que "as Cruzadas eram expressão do imperialismo europeu". [2]

Percival Puggina, demonstra muito bem em seu artigo “As Cruzadas a Jihad e certos professores”[3], que é impossível falar nas Cruzadas esquecendo da Jihad Islâmica. No entanto, a opinião pública, é quase que unânime ao condenar as cruzadas, omitindo (muitas vezes propositalmente) o fato que as Cruzes se ergueram como um ato de defesa e não de expansionismo. Ao contrário da motivação que levou os muçulmanos a essa batalha.

Mas, já que é para exigir desculpas, para o retorno das conversas entre a Cruz e a Lua Crescente. Por que não exigir desculpa pelo genocídio contra os Cristãos armênios, pelas mãos muçulmanas do Império Otomano?

Quase três milhões de cristãos, assírios, armênios e gregos foram assassinados pelos turcos otomanos islâmicos durante a Primeira Guerra Mundial, por causa de sua etnia e fé. [4]

Seria má fé negar que existiu abusos cometidos por parte dos Cristãos ao longo dos séculos onde reinou as cruzadas, mas colocar os muçulmanos como as vítimas inocentes das cruzes expansionista, é deturpar a história apenas para fomentar o anti-catolicismo reinante. Exigir uma possível retratação não olhando para seus próprios crimes, é uma terrível manobra de quem não quer diálogo ou boas relações. Demonstra apenas a vontade de esconder as terríveis transgressões de sua fé em detrimento de outra.

 Por isso disse o homem adorado por Cristãos e admirado pelos Muçulmanos:

“Hypocrita, eice primum trabem de oculo tuo, et tunc videbis eicere festucam de oculo fratris tui”. (MT 7,5)

Nós, rejeitamos esse diálogo, pois nunca trouxe frutos proveitosos e verdadeiros, já que enquanto existiam conversas, os Cristãos continuavam a serem massacrados, já que os Sunitas não estão sujeitos as leis da Academia Islâmica, mas as leis do Islã, que são impiedosas para nós "infiéis" e "incrédulos".


[4]Lee Enokian,The Times (Northwest Indiana) and The Illinois Leader

Fonte: O Candango Conservador


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