Escrito por Daniel Pipes
| 16 Setembro 2012
Mídia Sem Máscara
Obama continua sendo o candidato misterioso com uma autobiografia repleta de hiatos e até de falsificações.
Barack Obama
apareceu brandindo contra o seu rival republicano, patrocinando
anúncios na televisão perguntando: "O que Mitt Romney está escondendo?" A
alusão trata de questões relativamente secundárias como declarações de
imposto de renda de anos anteriores de Romney, a data em que ele deixou
de trabalhar para a Bain Capital e registros não públicos da sua
prestação de serviços como dirigente das Olimpíadas de Salt Lake City e
como governador de Massachusetts. Obama justificou suas exigências para
que
Romney libere mais informações
sobre si mesmo, ao declarar em agosto de 2012 que "O povo americano crê
que se você deseja ser presidente dos Estados Unidos, a sua vida seja
um livro aberto
quando se trata de questões como suas finanças".
Esquerdistas como Paul Krugman do New York Times endossam entusiasticamente tal enfoque no currículo de Mitt Romney.
Se
Obama e seus partidários querem colocar em foco a biografia, ótimo,
este é um jogo que dois podem jogar. O moderado, conciliatório Romney já censurou a campanha para a reeleição de Obama como sendo "baseada em falsidade e desonestidade", a campanha publicitária televisiva foi mais longe, asseverando que Obama "não diz a verdade".
O
foco na franqueza e honestidade provavelmente irá prejudicar muito mais
Obama do que Romney. Obama continua sendo o candidato misterioso com
uma autobiografia repleta de hiatos e até de falsificações. Por exemplo,
para vender a autobiografia em 1991, Obama alegava falsamente que "que tinha nascido no Quênia." Mentiu sobre nunca ter sido membro e candidato do partido socialista New Party de Chicago nos anos de 1990 e, quando Stanley Kurtz apresentou evidências
para constatar que ele era membro, Kurtz foi difamado e tratado com
desdém pelos marqueteiros de Obama. A autobiografia de Obama de 1995,
intitulada Dreams from My Father traduzido para o português como (A Origem dos Meus Sonhos), contém uma torrente de erros crassos e falsidades
sobre seu avô por parte de mãe, seu pai, sua mãe, o casamento de seus
pais, o pai do seu padrasto, seu amigo do ensino médio, sua namorada,
Bill Ayers e Bernardine Dohrn e o Reverendo Jeremiah Wright. Como Victor Davis Hanson
coloca, "se um autor inventa detalhes sobre a doença terminal da sua
própria mãe e a busca pelo seguro, então ele provavelmente falsificará
qualquer coisa".
Neste
contexto mais amplo de falsidades sobre o seu passado surge a questão
sobre a discussão de Obama sobre a sua fé, talvez a mais peculiar e
afrontosa de todas as suas mentiras.
Contradições
Questionado sobre a religião da sua infância e adolescência, Obama apresenta respostas contraditórias. Refinando a questão, em março de 2004 responde, "Você sempre foi cristão"? "Eu fui criado mais pela minha mãe e a minha mãe era cristã". Mas em dezembro de 2007
ele decidiu, um tanto tardiamente, dar uma resposta direta: "Minha mãe
era uma cristã do Kansas. … eu fui criado pela minha mãe. Portanto,
sempre fui cristão". Entretanto em fevereiro de 2009, ele deu uma explicação completamente diferente:
Eu
não fui criado em um lar mormente religioso. Eu tive um pai que nasceu
muçulmano, mas se tornou ateu, avós metodistas e batistas não
praticantes e uma mãe cética quanto às religiões organizadas. Eu não me
tornei cristão até … mudar para a região sul de Chicago após a
faculdade.
Aprimorando ainda mais a resposta em setembro de 2010, disse: "Eu abracei a fé cristã mais tarde na vida".
Onde
está a verdade? Obama "sempre foi cristão" ou "se tornou cristão" após a
faculdade? Contradizer-se em uma questão tão fundamental quanto a
identidade, quando adicionada ao questionamento geral a cerca da
exatidão da autobiografia, levanta perguntas sobre veracidade; será que
alguém que estivesse falando a verdade diria coisas tão variadas e
contrárias sobre si mesmo? Inconsistência é típico da invenção: quando
se inventa uma história, é difícil manter-se fiel a ela. Parece que
Obama está escondendo algo. Ele era um filho laico de pais sem religião?
Ou será que ele sempre foi cristão? Ou muçulmano? Ou de fato, algo que
ele mesmo criou – cristão/muçulmano?
Obama fornece algumas informações sobre a sua formação islâmica em dois livros, Dreams (A Origem dos Meus Sonhos) e The Audacity of Hope (A Audácia da Esperança)
(2006). Em 2007, quando Hillary Clinton ainda era a predileta entre os
candidatos democratas à presidência, vários jornalistas trouxeram à tona
informações sobre o período de Obama na Indonésia. As declarações de
Obama como presidente proporcionaram importantes insights em sua
mentalidade. Entretanto, as principais biografias sobre Obama, sejam
elas favoráveis (como as escritas por David Maraniss, David Mendell e
David Remnick) ou hostis (como as escritas por Jack Cashill, Jerome R.
Corsi, Dinish D'Souza, Aaron Klein, Edward Klein e Stanley Kurtz), dão
pouca atenção a este tópico.
Vou
considerar que ele nasceu e foi criado como muçulmano, apresentar
provas provenientes dos últimos anos, levantar impressões a seu respeito
como muçulmano e colocar o engodo em um contexto mais amplo da ficção
autobiográfica de Obama.
"Nunca fui muçulmano"
Obama reconhece de imediato que seu avô paterno, Hussein Onyango Obama, converteu-se ao islamismo. A bem da verdade, Dreams
(página 407) contém uma longa citação da sua avó paterna explicando os
motivos do avô ter agido assim: Para ele os costumes do cristianismo
pareciam "sentimentos tolos", "algo para consolar mulheres" e assim
sendo, converteu-se ao islamismo, acreditando que "suas práticas
adequavam-se mais intimamente com as suas convicções" (página 104).
Obama disse de bom grado aos quatro ventos o seguinte: por exemplo,
quando perguntado por um barbeiro (página 149), "você é muçulmano"? Ele
respondia, "Meu avô era".
Obama apresenta seus pais e padrasto como não religiosos. Ele observa (em Audacity,
páginas 2006, páginas. 204-05), que seu "pai foi criado como muçulmano"
mas era um "ateu convicto" quando conheceu a mãe de Barack, que por sua
vez "professava o secularismo". Seu padrasto, Lolo Soetoro, "como a maioria dos indonésios, foi criado como muçulmano", embora não praticante, sincrético que (Dreams, página 37) "praticava um ramo do islamismo que acomodava os remanescentes das crenças animistas mais antigas e hindus".
Quanto
a si próprio, Obama reconhece numerosas conexões com o islamismo, mas
nega ser muçulmano. "A única ligação que eu tive com o islamismo é que
meu avô paterno veio daquele país", declarou ele em dezembro de 2007.
"Mas nunca fui praticante do islamismo. … Por um tempo morei na
Indonésia pelo fato da minha mãe estar lecionando lá. E é um país
muçulmano. E eu frequentei a escola. Mas não pratiquei". Na mesma linha,
ele disse o seguinte em fevereiro de 2008:
"Nunca fui muçulmano" … a não ser pelo meu nome e pelo fato de ter
morado em um populoso país muçulmano por 4 anos quando era criança,
tenho pouquíssima ligação com a religião islâmica". Observe a declaração
inequívoca: "Nunca fui muçulmano" Sob a manchete, "Barack Obama Não É
Nem Nunca Foi Muçulmano," no primeiro site da Internet da campanha de
Obama, portava uma declaração ainda mais enfática em novembro de 2007,
anunciando que "Obama nunca rezou em uma mesquita. Ele nunca foi
muçulmano, não foi criado como muçulmano e é um cristão devoto".
"Barry era muçulmano"
Porém, sobram provas sustentando que Obama nasceu e foi criado como muçulmano:
(1) O Islã é uma religião patriarcal:
No Islã, o pai passa a sua fé para os filhos e, quando um muçulmano tem
filhos com uma mulher não muçulmana, o islamismo considera os filhos
muçulmanos. Como o avô e o pai de Obama eram muçulmanos – o tamanho da
devoção não tendo nenhuma importância – significa que, aos olhos dos
muçulmanos, Barack nasceu muçulmano.
(2) Nomes próprios baseados na raiz trilateral H-S-N:
Todos os nomes como (Husayn ou Hussein, Hasan, Hassân, Hassanein, Ahsan
e outros) são dados exclusivamente a bebês muçulmanos. (O mesmo
acontece com nomes baseados na raiz H-M-D). O nome do meio de Obama,
Hussein, proclama-o explicitamente um muçulmano de nascença.
(3) Matriculado como muçulmano no SD Katolik Santo Fransiskus Asisi: Obama foi matriculado
em uma escola católica em Jacarta como "Barry Soetoro". Um documento
ainda existente lista-o corretamente como nascido em Honolulu em 4 de
agosto de 1961, além disso lista-o também como tendo nacionalidade
indonésia e religião muçulmana.
(4) Matriculado como muçulmano na SD Besuki: Embora Besuki (também chamado de SDN 1 Menteng) ser uma escola pública, Obama curiosamente refere-se a ela em Audacity
(página 154) como "escola muçulmana", frequentada por ele em Jacarta.
Seus registros não existem mais, porém vários jornalistas (Haroon
Siddiqui do Toronto Star, Paul Watson do Los Angeles Times, David Maraniss do Washington Post) confirmaram que também lá ele foi matriculado como muçulmano.
(5) Aulas de islamismo em Besuki: Obama cita (Audacity,
página 154) que em Besuki, "o professor enviou uma carta a minha mãe
dizendo que eu fiz caretas durante os estudos corânicos". Somente
estudantes muçulmanos frequentavam as aulas semanais de duas horas para
estudar o Alcorão, Watson relata:
dois
de seus professores, a ex-vice-diretora Tine Hahiyari e o professor do
terceiro grau, disseram que lembram claramente que também nesta escola,
ele estava registrado como muçulmano, o que determinava as aulas que
iria participar durante as lições semanais de religião. "Estudantes
muçulmanos recebiam aulas de um professor muçulmano e estudantes
cristãos recebiam aulas de um professor cristão", afirmou Effendi.
Andrew Higgins do Washington Post cita
Rully Dasaad, ex-colega de classe, dizendo que Obama fazia farra na
sala de aula e durante os estudos do Alcorão, era "ridicularizado devido
a sua pronúncia engraçada". Maraniss
descobriu que as aulas incluíam não apenas o estudo de "como rezar e
como entender o Alcorão", mas também rezar na prática nos serviços
comunitários às sextas-feiras nas dependências da escola.
(6) Comparecimento à mesquita: Maya Soetoro-Ng,
a meia irmã mais nova de Obama, contou que seu pai (padrasto de Barack)
comparecia à mesquita "quando acorriam grandes eventos comunitários",
Barker constatou que "Obama às vezes acompanhava seu padrasto até a
mesquita para as rezas de sexta-feira". Watson relata o seguinte:
Os
amigos de infância dizem que às vezes Obama comparecia às rezas de
sexta-feira na mesquita local. "Nós rezávamos, mas não com muita
seriedade, apenas acompanhávamos o que os mais velhos faziam na
mesquita. Segundo Zulfin Adi, que se descreve como um dos amigos de
infância mais íntimos de Obama relata; como crianças, gostávamos de
encontrar nossos amigos e ir à mesquita juntos e brincar". …
Eventualmente, informa Adi, quando o muezin (aquele que chama os crentes
às orações) soava a chamada à reza, Lolo e Barry iam juntos, a pé, até a
mesquita improvisada. "Sua mãe ia frequentemente à igreja, mas Barry
era muçulmano. Ele ia à mesquita", revela Adi.
(7)
Vestimenta muçulmana: Sobre Obama, Adi recorda, "Lembro-me dele usando sarongue". Da mesma forma,
Maraniss
descobriu que não somente "seus colegas de classe se recordam de Barry
usando sarongue", mas que a troca de correspondências indica que ele
continuou a usar esta vestimenta nos Estados Unidos. Este fato acarreta
implicações religiosas, visto que, na cultura indonésia,
somente muçulmanos usam sarongues.
(8)
Devoção:
Obama
afirma que na Indonésia, ele "não praticava o [islamismo]", uma
asserção que involuntariamente reconhece sua identidade muçulmana
implicando que ele era um muçulmano não praticante. Contudo, vários
daqueles que o conheciam contradizem esta lembrança. Rony Amir retrata
Obama como "muito devoto ao Islã no passado". Tine Hahiyary,
ex-professora de Obama, citada no
Kaltim Post, afirma que o futuro presidente participou de estudos religiosos islâmicos avançados: "Eu lembro que ele tinha estudado
mengaji". No contexto do islamismo do sudeste asiático,
mengaji Quran significa
recitar o Alcorão em árabe, uma tarefa difícil denotando
estudo avançado.
Em síntese, o histórico indica que Obama nasceu muçulmano tendo como
pai um muçulmano não praticante, tendo vivido por quatro anos em um meio
totalmente muçulmano sob a proteção do padrasto muçulmano indonésio.
Por estas razões, aqueles que conheceram Obama na Indonésia
consideravam-no muçulmano.
"Minha fé muçulmana"
Além disso, várias declarações feitas por Obama nos últimos anos apontam para a sua infância muçulmana.
(1) Robert Gibbs, diretor de comunicações da campanha da primeira corrida presidencial de Obama, assegurou em
janeiro de 2007:
"O Senador Obama nunca foi muçulmano, não foi criado como muçulmano e é
um cristão devoto que frequenta a Igreja Unida de Cristo em Chicago".
Mas recuou em
março de 2007,
garantindo que "Obama nunca foi um muçulmano praticante". Ao colocar em
foco a prática quando criança, a campanha levanta uma questão que não
faz a menor diferença para os muçulmanos (assim como para os judeus), já
que não consideram a prática central a identidade religiosa. Gibbs
acrescenta, de acordo com a paráfrase de Watson
, "quando criança,
Obama ficava no centro islâmico vizinho". Obviamente, "o centro
islâmico vizinho" é um eufemismo de "mesquita", enquanto ficar lá aponta
novamente Obama como sendo muçulmano.
(2) Ele pode ter feito caretas e farreado durante as aulas do Alcorão, mas Obama aprendeu a orar a
salat nas aulas de religião; seu ex-professor em Besuki,
Effendi, lembra que ele "se juntava aos outros alunos nas orações muçulmanas". Orar a
salat
por si só fez de Obama um muçulmano. Além do mais, ele orgulhosamente
preserva o conhecimento das aulas de outrora: em março de 2007, Nicholas
D. Kristof do
New York Times,
viu Obama "recordar o início da chamada árabe para a oração,
recitando-a [para Kristof] com excelente pronúncia". Obama não recitou a
salat propriamente dita e sim o
adhan, a chamada para a reza (normalmente cantada dos minaretes). A segunda e a terceira linhas do
adhan constituem a declaração da fé islâmica, a
shahada, cuja mera elocução torna aquele que a pronuncia um muçulmano. O
adhan completo na iteração sunita (pulando as repetições) é o seguinte:
Deus é o maior.
Testemunho de que não há outra divindade além de Deus.
Testemunho de que Maomé é o Mensageiro de Deus.
Vinde para a Oração.
Vinde para a salvação.
Deus é o maior.
Não há outra divindade além de Deus.
Aos olhos dos muçulmanos, recitar o
adhan na classe em 1970 tornou Obama na mesma hora muçulmano – e recitá-lo para um jornalista em 2007 tornou-o novamente muçulmano.
(3) Em uma conversa com George Stephanopoulos em setembro de 2008, Obama falou da "
minha fé muçulmana",
mudando o que tinha acabado de dizer para "minha fé cristã" somente
após Stephanopoulos interromper e corrigi-lo. Ninguém deixaria escapar
"minha fé muçulmana" a menos que houvesse alguma base para tal engano.
(4) Ao discursar perante platéias muçulmanas, Obama usa
especificamente frases muçulmanas que evocam sua identidade muçulmana.
Ele discursou perante ambas as platéias no Cairo (em
junho de 2009) e em Jacarta (em
novembro de 2010)
proferindo a saudação "as-salaamu alaykum", esta que ele, participando
das aulas do Alcorão, sabe que é reservada para um muçulmano saudando
outro muçulmano. No Cairo, ele também usou diversos termos empregados
pelos devotos sinalizando aos muçulmanos ser ele um deles:
- "o Sagrado Alcorão" (termo mencionado cinco vezes): uma tradução exata da referência árabe padrão dos livros sagrados, al-Qur'an al-Karim.
- "o caminho certo": tradução de as-sirat al-mustaqim, do árabe, em que os muçulmanos pedem a Deus para que Ele os guie toda vez que estiverem orando.
- "Conheci o islamismo em três continentes antes de vir à região onde
ele foi revelado pela primeira vez": não muçulmanos não se referem ao
Islã como revelado.
- "a história de Isra, quando Moisés, Jesus e Maomé … oraram juntos":
este conto corânico de uma jornada noturna estabelece a liderança de
Maomé sobre as outras figuras sagradas, incluindo Jesus.
- "Moisés, Jesus e Maomé, que a paz esteja com eles": tradução do árabe 'alayhim as-salam, que os muçulmanos devotos dizem após mencionar os nomes dos profetas mortos, menos Maomé. (Uma saudação diferente, sall Allahu ʿalayhi wa-sallam,
"que a paz e as benções de Alá estejam com ele", segue adequadamente o
nome de Maomé, mas esta frase é praticamente nunca dita em inglês).
Obama dizer "Que a paz esteja com eles" acarreta outras implicações
além de ser meramente a formulação de uma frase islâmica nunca usada por
cristãos e judeus que falam o idioma árabe. Primeiro, contradiz aquilo
em que um cristão declarado acredita, por implicar que Jesus, bem como
Moisés e Maomé estão mortos, a teologia cristã acredita que Ele tenha
ressuscitado, esteja vivo e seja o Filho imortal de Deus. Segundo,
incluir Maomé nesta benção implica reverenciá-lo, algo tão estranho
quanto um judeu conversar sobre
Jesus Cristo. Terceiro, um cristão iria com mais naturalidade buscar a paz
vinda de Jesus do que desejar que a paz estivesse com ele.
(5) A descrição exagerada e incorreta de Obama do Islã nos Estados
Unidos é típica de uma mentalidade islamista. Ele superestima
drasticamente tanto o número quanto o papel dos muçulmanos nos Estados
Unidos, ao anunciar em
junho de 2009
que "se fosse contado o número de muçulmanos americanos, nós seríamos
um dos maiores países muçulmanos do mundo". Altamente improvável: de
acordo com uma
listagem das populações muçulmanas, os Estados Unidos, com cerca de
2,5 milhões de muçulmanos, encontra-se na 47
ª posição).
Três dias depois,
ele apareceu com uma estimativa inflada de "cerca de 7 milhões de
muçulmanos americanos hoje em nosso país" e de modo bizarro anunciou que
o "Islã sempre fez parte da história dos EUA. … desde nossa fundação,
os muçulmanos americanos enriqueceram os Estados Unidos". Obama também
anunciou um fato duvidoso em
abril de 2009,
que muitos americanos "têm muçulmanos em suas famílias ou moraram em
algum país de maioria muçulmana". Ao realizar a disposição das
comunidades religiosas nos Estados Unidos, Obama sempre oferece o
primeiro lugar aos cristãos e o segundo lugar varia entre judeus e
muçulmanos, sobretudo em seu discurso de posse em
janeiro de 2009:
"Os Estados Unidos é uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e
hindus e não crentes". Obama superestimou de forma tão exagerada o papel
muçulmano na vida americana que indica uma mentalidade supremacista
islâmica, específica de alguém vindo de uma formação muçulmana.
Levando tudo em conta, as declarações confirmam os sinais da infância de Obama de que ele nasceu e foi criado como muçulmano.
"Toda a minha família era muçulmana"
Várias pessoas que conhecem bem Obama o veem como muçulmano. O mais notável é que sua meia irmã,
Maya Soetoro-Ng, declarou: "Toda a minha família era Muçulmana" Toda a família dela, obviamente inclui seu meio irmão Barack.
Em
junho de 2006,
Obama contou como, após uma longa evolução religiosa, "um dia
finalmente consegui caminhar pelo corredor da Igreja da Trindade Unida
na Rua 95 na região sul de Chicago e atestar a minha fé cristã" com uma
chamada ao altar. Mas quando o seu pastor da Trindade Unida, Rev. Jeremiah Wright, foi questionado (por
Edward Klein,
The Amateur,
página 40), "o senhor converteu Obama do islamismo para o catolicismo"?
Se por ignorância ou discrição, Wright refinou a pergunta, respondendo
enigmaticamente: "Difícil de se dizer". Observe que ele não rejeitou de
imediato a ideia de que Obama tinha sido muçulmano.
George Hussein Onyango Obama,
meio irmão de 30 anos de Barack, que encontrou-se com ele duas vezes,
disse a um entrevistador em março de 2009 que "ele pode estar se
comportando de maneira diferente devido a posição que ocupa, mas por
dentro Barack Obama é muçulmano".
"O seu nome do meio é Hussein"
Os muçulmanos não são capazes de livrar-se da sensação de que, sob
sua proclamada identidade cristã, Obama verdadeiramente é um deles.
Recep Tayyip Erdoğan, primeiro ministro da Turquia, referiu-se a
Hussein como um nome "muçulmano". Conversas entre muçulmanos sobre Obama às vezes
mencionam seu nome do meio como código, sem necessidade de comentários adicionais. Uma
conversa em Beirute, citada no
Christian Science Monitor,
capta essa impressão. "Ele tem que ser bom para os árabes, já que ele é
muçulmano", observou um merceeiro. "Ele não é muçulmano, ele é cristão"
respondeu um cliente. Não, disse o merceeiro, "ele não pode ser
cristão. O seu nome do meio é Hussein" O nome é a prova positiva.
A escritora muçulmana americana Asma Gull Hasan escreveu em "My Muslim President Obama",
Eu
sei que o Presidente Obama não é muçulmano, mas mesmo assim estou
inclinada a acreditar que ele é, como a maioria dos muçulmanos que
conheço também acredita. Em uma pesquisa de opinião nada científica,
abrangendo desde familiares até conhecidos, muitos de nós sentem … que
temos em Barack Hussein Obama o primeiro presidente americano muçulmano.
… desde o dia da eleição, eu tomei parte em muitas conversas com
muçulmanos em que havia a aceitação imediata ou deixavam escapar
entusiasticamente que Obama é muçulmano. Em comentários sobre o nosso
novo presidente, "eu tenho que apoiar meu irmão e patrício muçulmano",
escapava da minha boca antes que eu pudesse pensar duas vezes. "Então,
eu sei que ele não é realmente muçulmano", acrescentava eu. Mas se eu
estivesse conversando com um muçulmano, ele diria, "é sim".
A título de explicação, Hasan menciona o nome do meio de Obama. Ela conclui: "A maioria dos muçulmanos que eu conheço (inclusive eu) parece não aceitar que Obama não seja muçulmano".
Se os muçulmanos têm estas sensações, não é de se surpreender que o
público americano também as tenha. Cinco pesquisas de opinião realizadas
entre 2008 e 2009 pelo
Pew Research Center for the People and the Press
com a pergunta "Você sabe qual é a religião de Barack Obama"?
constataram uma consistência de que 11 a 12 por cento de eleitores
americanos declararam ser ele realmente muçulmano, sendo que as
porcentagens bem maiores encontravam-se entre republicanos e
evangélicos. O número subiu para 18 por cento em uma pesquisa do Pew em
agosto de 2010. Uma pesquisa de opinião realizada em
março de 2012
descobriu que a metade dos prováveis eleitores republicanos tanto no
Alabama quanto no Mississippi considera Obama muçulmano. A pesquisa
realizada pelo Pew de
junho a julho de 2012
mostrou que 17 por cento dos entrevistados responderam que Obama é
muçulmano e 31 por cento disseram que não sabiam qual era a sua religião
e, apenas 49 por cento identificaram-no como cristão. Isso se traduz em
uma divisão equilibrada entre os que acreditam que Obama é cristão e
aqueles que não acreditam que ele seja cristão.
O fato de que aqueles que o veem como muçulmano praticamente na
totalidade também desaprovam o seu desempenho em sua função, aponta para
uma correlação em suas mentes entre a identidade muçulmana e a
presidência fracassada. Que uma parcela substancial do público persista
nesse modo de avaliação expõe o alicerce de relutância de pegar Obama
pela palavra sobre ser cristão. O que por sua vez reflete a acepção
amplamente difundida de que Obama não levou a sério sua biografia.
"Ele estava interessado no Islã"
- Enquanto cursava na Indonésia, Obama participava de forma memorável
das aulas corânicas; pouco conhecido, conforme recorda ele em março de 2004,
era o "estudo da Bíblia e catecismo" na escola Asisi. Como estas aulas
eram destinadas apenas aos crentes, participar de ambas estava errado.
Vários ex-professores confirmam as lembranças de Obama. A seguir três
deles falam a respeito:
- A professora da primeira série de Obama na escola Asisi, Israella Dharmawan, relata a Watson do Los Angeles Times:
"Naquela época, Barry também rezava como católico, mas Barry era
muçulmano. … Ele foi matriculado como muçulmano porque seu pai, Lolo
Soetoro, era muçulmano".
- O professor da terceira série de Obama em Besuki, Effendi, relatou a Anne Barrowclough do Times (de Londres),
que a escola tinha alunos de várias religiões e se lembrava como os
alunos participavam das aulas de suas próprias religiões – menos Obama,
que insistia em participar tanto das aulas da religião cristã quanto da
islâmica. E participava de ambas mesmo contrariando a sua mãe cristã: "A
mãe dele não gostava que ele estudasse o Islã, mesmo seu pai sendo
muçulmano. Às vezes ela vinha à escola, ela estava zangada com o
professor de religião e disse 'Por que você o ensina o Alcorão'? Mas ele
continuava a frequentar as aulas porque estava interessado no Islã".
- Um administrador em Besuki, Akhmad Solikhin, mostrou (a um jornal indonésio o Kaltim Post em janeiro de 2007, tradução fornecida por "Um Americano Expatriado no Sudeste da Ásia,"
aspas acrescidas para maior clareza) perplexidade quanto à religião de
Obama: "Ele realmente foi matriculado como muçulmano, mas alega ser
cristão".
Esta dupla religiosidade, com certeza, começou a ser discutida quando
Obama se tornou uma figura internacional e quando a natureza da sua
afiliação religiosa acarretou implicações políticas; ainda assim, o fato
de três figuras do seu passado indonésio terem independentemente
afirmado o mesmo é extraordinário e aponta para a complexidade do
desenvolvimento pessoal de Barack Obama. Também levantam a fascinante e
inconclusiva possibilidade que Obama, já na tenra idade entre seis e dez
anos, procurou combinar as religiões materna e paterna em um todo
sincrético pessoal, apresentando-se como cristão e como muçulmano. De
forma sutil, é exatamente isso que ele ainda faz.
Descobrindo a verdade
Concluindo, as provas disponíveis indicam que Obama nasceu e foi
criado como muçulmano e reteve uma identidade muçulmana até o final de
seus 20 e tantos anos. Filho de uma linhagem de muçulmanos do sexo
masculino, recebeu um nome muçulmano, foi matriculado como muçulmano em
duas escolas na Indonésia, estudava o Alcorão nas aulas de religião,
ainda recita a declaração da fé islâmica e discursa para as platéias
muçulmanas como um patrício crente. Entre o pai muçulmano não
praticante, padrasto muçulmano e quatro anos vivendo no meio muçulmano,
ele era visto e se via como muçulmano.
Isso não quer dizer que ele era um muçulmano praticante ou que
continua muçulmano hoje, muito menos islamista, nem que o seu histórico
muçulmano influencia significativamente seu enfoque político (que é
típico de um americano de esquerda). Nem que haja algum problema quanto a
sua conversão do islamismo para o catolicismo. O problema é Obama ter
especificamente e repetidamente mentido sobre a sua identidade
muçulmana. Mais do que qualquer outro simples engodo, a forma que Obama
trata seu próprio histórico religioso expõe sua fraqueza moral.
Dúvidas sobre a honestidade de Obama
E assim, elas permanecem desconhecidas do eleitorado americano. Veja o contraste desse caso com o de James Frey, autor de
A Million Little Pieces.
Tanto Frey quanto Obama escreveram memórias incorretas que Oprah
Winfrey endossou e subiu para o primeiro ligar na lista de bestsellers
não ficção. Quando os artifícios literários de Frey sobre o seu consumo
de drogas e criminalidade se tornaram aparentes, Winfrey caiu em cima
dele de forma cruel, uma biblioteca reclassificou seu livro como ficção e
a editora ofereceu a devolução do dinheiro aos clientes que se sentiram
ludibriados. Já as falsidades de Obama são alegremente desculpadas,
Arnold Rampersad, professor de inglês da Universidade de Stanford, que leciona autobiografia, considerou
Dreams
uma obra admirável "repleta de truques inteligentes—invenções com o
intuito de obter efeito literário—que fiquei agradavelmente
surpreendido, porque não dizer estupefato. Mas não se engane, são
simples truques que fazem parte do jogo e a partir desses truques
supõe-se que a verdade surgirá".
Gerald Early,
professor de literatura inglesa e de estudos afro-americanos na
Universidade de Washington em St. Louis, vai mais além: "Não importa se
ele inventou coisas. … Não acho que seja importante se Barack Obama
falou ou não a absoluta verdade em
Dreams From My Father. O que importa é como ele quer conceber a sua vida".
Estranho que uma história do submundo sobre suas atividades sórdidas
inspirem altos padrões morais e que a autobiografia do presidente dos
Estados Unidos seja aprovada. Dick Ardiloso, abra espaço para Barry
Fraudulento.
Publicado no The Washington Times;