Por Jefferson Nóbrega
Impressiono-me com a capacidade da América Latina em ignorar (acredito que propositalmente) à ameaça do terrorismo islâmico. Há algum tempo venho traduzindo notícias que demonstram que essa ameaça verdadeiramente existe, trabalho esse, que rendeu um artigo escrito no site argentino, Informe Reservado, unicamente para me atacar, chamando-me de “Cruzado do século XXI” e classificando-me como “parte de uma ameaça aos governos progressistas da região”. Bem, elogios à parte, as informações são ignoradas e os que ousam abordar tal assunto são geralmente enquadrados como preconceituosos ou partidários de teorias conspiratórias.
A revista Veja fez algumas denúncias ano passado, no entanto, a comunidade muçulmana não esboçou o mínimo de preocupação com a presença de extremistas no país, pelo contrário a reação foi processar a revista por “preconceito”. Será que esqueceram da AMIA? Prova cabal de que mesmo a multicultural América Latina está sujeita a violência do extremismo muçulmano.
Mas, os ataques perpetrados contra a embaixada israelense e a AMIA no solo de nuestros hermanos, não são os únicos casos onde extremistas islâmicos entraram em cena na América Latina e Caribe.
Muitos fatos já aconteceram e demonstram que o extremismo muçulmano nas Américas do Sul, Central e na região do Caribe não é algo que se possa ignorar, pode ser considerado uma pequena ameaça, mas diga isso aos familiares daqueles que tiveram parentes mortos em suas ações. Deixar esses fatos na penumbra da desinformação é permitir que essas forças se fortaleçam, e depois poderá ser tarde.
Portanto, cabe a nós, que não temos compromisso com o politicamente correto e não fomos vítimas da lobotomia da esquerda, trazer esses casos a luz da informação.
Por isso, abordarei hoje, um episódio de extrema importância, mas que é pouco conhecido, tanto que não encontrei material em português sobre o assunto. Apresento-vos os terroristas do Jamaat al Muslimeen.
Yasin Abu Bak, líder do Jammat al Muslimeen (no centro), ao vivo na televisão durante a insurreição em 1990
Em 2007 quatro muçulmanos foram presos nos EUA sob a acusação de terrorismo, a polícia os interceptou quando pretendiam realizar atentados a bomba no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York.
Se questionássemos a nacionalidade dos acusados pensaríamos logo que talvez seria obra de afegãos, paquistaneses, iraquianos, sauditas, iemenitas e etc. No entanto, dos quatro acusados três eram da Guiana e um de Trindad e Tobago. Os envolvidos no atentado frustrado eram o ex-empregado do JFK, Russell Defreitas, guianense naturalizado americano, Abdul Kadir, antigo deputado guianês e ex-presidente da câmara de Linden, a segunda cidade da Guiana, Abdel Nur, também da Guiana, e o imã de Trindad e Tobago, Kareem Ibrahim. Para realizar a operação, Defreitas, o cérebro da ação, contou com o apoio financeiro do grupo radical sunita Jamaat al Muslimeen.
Jamaat al Muslimeen, é uma organização sunita de Trindad e Tobado, composta de negros trinitários. Foi fundado com o discurso de estabelecer a “Nação do Islã” no Caribe, pelo Imã Yasin Abu Bakr, ex-policial nascido em Lenox Philip e convertido ao Islã nos anos 80.
O grupo ganhou notoriedade internacional em 1990 quando tentou derrubar o governo de Trindad e Tobado através de um golpe de estado, na ocasião mais de 100 homens pertencentes ao Jamaat al Muslimeen, invadiram o parlamento e sequestraram o primeiro-ministro, eles também ocuparam uma rede de televisão e fizeram todos reféns. O confronto durou seis dias, e enquanto o primeiro-ministro era mantido em cativeiro sobre a mira de armas, o caos irrompeu nas ruas da capital Puerto Principe, 24 pessoas morreram.
Ao perceberem que seus objetivos de governar o país não seriam alcançados, os islamitas trinitários conseguiram, após pressão, com que fosse aprovado uma lei de anistia para as lideranças envolvidas na tentativa de golpe. Os muçulmanos do grupo foram anistiados no dia 1 de agosto de 1990 que ficou conhecido como Dia da Emancipação. Os que enfrentaram processos acabaram ganhando a liberdade em 1992, no total 114 membros do grupo acabaram sendo libertados.
Desde então o Jamaat está envolvido nas principais atividades criminosas do país. O grupo vem sendo acusado de responsabilidade em atentados que ocorreram na capital, além de comandar um esquema de extorsão, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. A característica de recorrer a violência para alcançar os objetivos permanece a mesma, é constante acusações de assassinatos de ex-membros que foram expulsos ou que não compactuam mais com a ideologia dos terroristas.
Outros grupos muçulmanos como Islamiyyah Wajihatul, Jamaat al-Murabiteen e Jammat al al-Islami-Karibi também disputam o poder em Trindad, todos são liderados por ex-pupilos de Abu Bakr, que se separaram ou foram expulsos do Jamaat. Fato que demonstra que a prisão ou mesmo a morte do líder trinitário não significa o fim do Islã radical no país.
A população de Trinidad e Tobago é constituída principalmente por hindus e católicos. Existe uma pequena comunidade muçulmana, a maioria dos quais são asiáticos. Mas o Jamaat al Muslimeen desenha o seu apoio a partir do número ainda menor de muçulmanos de ascendência africana. Nos últimos anos os ataques do Jamaat são direcionados principalmente contra os hindus que em sua maioria são membros da comunidade indiana do país.
Abu Bakr ainda possui grande influência tanto na sociedade trinitária quanto na política do país, em 2002 em uma amostra de seu poder, ele pressionou o governo até que lhe fosse concedido uma autorização para explorar um terreno rico em minérios. Com isso conseguiu aumentar consideravelmente a receita do Jaamat e ainda empregou todos os seus aliados.
O governo trinitário vem realizando ações para diminuir o poder do Jamaat al Muslimeen, muitos membros da organização tem sido presos acusados de diversos crimes, e sua capacidade financeira diminuiu consideravelmente nos últimos anos, o próprio Imã Abu Bakr, líder máximo do grupo, atualmente responde processo no qual é acusado de crimes contra a segurança do Estado, extorsão e outros. No entanto, o julgamento tem sido adiado devido a saúde do réu. Bark tem 72 anos e sofre de diabetes, seria julgado no dia 5 de março, mas machucou o tornozelo e teve que passar por uma cirurgia. No entanto, o enfraquecimento do grupo, não significa que tenha deixado de ser uma ameaça. Pel contrário, a tentativa de ataque contra o aeroporto de Nova York em 2007, demonstra que o Jamaat al Muslimeen, ainda possui plena capacidade de ameaçar a paz regional.
Por Jefferson Nóbrega - Artigo escrito especialmente para o blog De Olho na Jihad
Referências:
Tobago Express, 20 de janeiro; Trinidad Guardian, 28 de janeiro de 2005.
Trinidad Guardian, 23 de outubro de 2005.
http://www.trinidadexpress.com/news/Sick-Bakr-gets-3-months-grace-jurors-sent-home-141517503.html
http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/35638.ht
http://www.trinidadandtobagonews.com/blog/?tag=jamaat-al-muslimeen
3 comentários:
Alô amigos
Excelente trabalho,vou divulgar...com certeza.
abraços
roberto
Alô Amigos
Noticia captada from site do Afganistão...
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2048261/Christian-girl-12-kidnapped-raped-beaten-converted-Islam.html#ixzz1qlcO5qEg
abraços
roberto
Obrigado Roberto
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