sexta-feira, 13 de maio de 2011

Qual futuro para os cristãos depois da "era Bin Laden"?


Lahore (Agência Fides) - "Bin Laden morreu, mas a questão determinante hoje é quantos outros Bin Laden estão nascendo no Paquistão. Hoje, o país é um terreno fértil para os terroristas. Nesta situação, há inquietantes perguntas sobre o envolvimento das instituições e também das pessoas comuns na proteção do líder de Al Qaeda. Então nos perguntamos: qual será o futuro dos cristãos?": é o que diz numa entrevista à Agência Fides Haroon Barkat Masih, Diretor de "Masihi Foundation", fundação que se ocupa da defesa das minorias religiosas e, de modo especial, da tutela dos direitos dos cristãos no Paquistão. A Fundação oferece assistência jurídica gratuita aos cristãos vítimas de violência e opressão. Atualmente, provê, entre outros, à assistência jurídica da cristã Asia Bibi (a primeira mulher paquistanesa condenada à morte acusada de blasfêmia) e à proteção da sua família. Enquanto no país está em andamento um forte debate e se registra uma divisão na sociedade paquistanesa (veja Fides 7/5/2011), Haroon Masih fala das implicações políticas do “pós-Bin Laden": "No cenário político paquistanês, existem diferentes partidos fundados por líderes religiosos islâmicos extremistas ou por expoentes de qualquer modo próximos às ideias de Bin Laden. Creio que o desaparecimento de Bin Laden poderá gerar o aparecimento de novos líderes. Vamos ver como reagirão os atuais líderes dos partidos extremistas. No governo, agora há uma coalizão entre o Pakistan People's Party e a Pakistan Muslim League-Q, partido que no passado defendeu posições rígidas e integralistas. É preciso verificar quais frutos dará esta aliança e como serão tratadas as minorias religiosas, também graças ao novo Ministério federal para a Harmonia e as Minorias".

Um dos aspectos fundamentais é o respeito dos direitos humanos para todos os cidadãos: “A questão do respeito dos direitos humanos é séria: as violações iniciam com a negação dos direitos sociais, com a carência de serviços públicos essenciais como eletricidade e água, negados a largas faixas da população. Ou são evidentes no campo da instrução ou das condições de pobreza nas quais se encontra a população”, afirma Haroon Barkat Masih. Neste quadro, afirma o Diretor, as minorias sofrem de modo especial: “No Paquistão, as minorias religiosas – cerca de 5% da população – são vítimas da opressão dos grupos fundamentalistas e dos partidos políticos a eles ligados. As comunidades hinduístas, cristãs mas também ahmadi (considerados uma seita muçulmana) são fortemente discriminadas. Gostaria de recordar também o abuso que se comete em nome da lei sobre a blasfêmia, que – com o pretexto de defender o nome do Profeta Maomé ou do Alcorão – se tornou um instrumento para atingir as minorias religiosas".

Sobre a situação das comunidades dos fiéis em Cristo, Haroon Masih nota: "Para os cristãos (cerca de 2% da população) a escolha é: sofrer, deixar o país ou morrer. Hoje, os cristãos estão sob constante ameaça de morte, sofrem conversões forçadas ao Islã, matrimônios islâmicos forçados e indevida subtração de bens e propriedades. Deve-se dizer que pertencem às faixas mais pobres e marginalizadas da população, sua condição social e a falta de uma instrução adequada impede seu desenvolvimento econômico, social e cultural”. Por isso, conclui Haroon Barkat Masih, "o Paquistão depois de Bin Laden tem desafios importantes a enfrentar, e a comunidade internacional pode ajudar a manter alta a atenção sobre o respeito dos direitos humanos e da liberdade religiosa". (PA) (Agência Fides 10/5/2011)

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