quinta-feira, 3 de março de 2011

Ainda sobre a revolução árabe

Por Jefferson Nóbrega

Cá estou novamente. Insistindo em falar do levante árabe, em olhar para isso com olhar incrédulo. Logo eu, que sempre fui acusado pelos ateístas e comunista de ter uma fé cega, agora experimento à descrença.

Insisto no direito de não acreditar na explosão de democracia, e espero ab imo corde que seja equívoco de minha parte, que seja fruto de minha desconfiança. Mas infelizmente acredito que estou certo.

O perfume da “revolução do jasmim” começa ser levado pelos ventos em direção ao deserto, e o odor da putrefação que escondia-se ,começa agora à aparecer.

Confesso minha possível paranóia de observar minuciosamente os detalhes que a grande mídia deixa escapar. Confesso que quando se trata da relação de democracia e islamismo sou tomado por uma visão céptica. Islamofóbico? Não, apenas análise dos fatos que a maioria insiste em ignorar. Se isso for islamofobia, então confesso-me.

Observando os hieróglifos grafados pelos revolucionários egípcios nos pilares da nova pirâmide da democracia, que segundo a mídia, agora é erguida no país. Alguns detalhes insistem em martelar em minha mente.

Ainda quando, os libertadores marchavam contra o agora mumificado faraó Mubarak, esses guerreiros da liberdade perpetraram um massacre contra os Cristãos Coptas. Mas, o episódio foi abafado pelos gritos humanitários contra o impiedoso governo, e o sangue copta escorreu dessa vez sem os holofotes internacionais. Mas, novamente os libertários egípcios mostraram sua face, atacaram e estupraram a jornalista Lara Logan. A mídia tratou de amenizar o caso classificando apenas como violência sexual, e ignorou um importante detalhe, enquanto acometiam contra à jornalista, o grupo gritava: Judia!Judia!

A poeira levantada no Egito começou a baixar. E as esfinges islâmicas escondidas no ardor da revolução começaram a surgir. Nenhum grupo ou instituição saiu fortalecido do levante como a Irmandade Muçulmana. O grupo que sempre foi visto com olhares suspeitos pelo ocidente, já que deu ao mundo à atual mentalidade jihadista, que resultou no mundo terrorista que conhecemos, entre um gritou de ordem e outro, deixou os protestos como força política e islamitas moderados. O mundo ocidental passou a olhar a Irmandade com outros olhos.

Mas, essa visão sobre os “Irmãos muçulmanos” é facilmente derrubada com uma simples leitura de seus estatutos, onde está especificado o real objetivo da Irmandade Muçulmana: Islamizar o mundo para que seja regido pela Sharia!

Qualquer um poderia acessar o site em inglês do grupo e ler as diretrizes que demonstra que de moderada a Irmandade nada tem. Mas, pasmem! Misteriosamente os estatutos desapareceram do site! Mas, porquê?

Será mera coincidência? Ou será que é porque os estatutos poderiam destruir a bonitinha imagem que eles agora conquistaram?

Está bem, eu tenho mania de conspiração, já que alguns dizem que os estatutos podem ter desaparecidos apenas por questão de manutenção. Mas, em árabe eles ainda ostentam o regimento? Quem conhece a Irmandade Muçulmana sabe que é pratica comum as declarações moderadas em inglês e o grito jihadista em árabe.

Não obstante , o “perfume do jasmim” mal desapareceu por completo na Tunísia, e o Ennahda já anunciou que pretende fazer parte do governo. O Ennahda é um partido islâmico que diz ter visão moderada e que era considerado pelo governo como terrorista.

Mas, os detalhes mais dignos de observação partem da Líbia. O país que se encontra em uma verdadeira guerra civil, nos apresenta algumas questões dignas de análise.

Já havia falado sobre à combinação explosiva de rebeldes, fuzis Kalashnikov, e a inscrição “nenhum Deus senão Alá”.

Perguntei preocupado se era paranóia minha, coisa da “mente preconceituosa” que possuo. Mas, dê tempo ao tempo e ele trata de esclarecer as coisas. E para mim estão cada vez mais claras.

Os rebeldes da Líbia que antes se intitulavam “revolucionários” agora já se auto-intitulam de mujahedin[1]. Antes gritavam palavras de ordem contra o regime do facínora Kadafi, agora partem para a guerra com seus fuzis, sob louvores de Allahu Akbar[2].

Não sou a favor do execrável Kadafi, mas também não tenho a má fé de esquecer que a região onde começou a luta armada contra o regime ditador perdulário, é a mesma que nos anos noventa foi palco de uma insurgência islâmica, e também não posso olvidar o fato de que o grupo Combatente Islamita na Líbia em 2007, uniu-se a organização terrorista Al-Qaeda.

"Hoje, com a graça de Alá, a nação muçulmana presencia um passo bendito... honoráveis membros do Grupo Combatente Islamita na Líbia anunciaram que se unem ao grupo Al-Qaeda para continuar a marcha de seus irmãos." "Ó nação da Jihad, apóia a teus filhos para que derrotemos nossos inimigos e livremos nossa terra de seus escravos". (Ayman al-Zawahr N° 2 da Al-Qaeda em declaração no ano de 2007)[3].

Enquanto isso, a minha “mente islamofobica” continua observando atentamente os passos dos barbudos, de traços árabes, que usam roupas típicas muçulmanas e recitam versículos do Corão. Não que isso seja característica de um terrorista, é apenas uma mera e inquietante coincidência que todos possuam as mesmas particularidades.


[1] http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,forcas-de-kadafi-reagem-e-enfrentam-exercito-rebelde-em-cidade-petrolifera,686598,0.htm
[2] http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,recusa-de-pilotos-de-atacar-rebeldes-marca-derrota-de-forcas-pro-kadafi,686824,0.htm
[3] http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,numero-2-da-al-qaeda-acusa-presidente-libio-de-inimigo-do-isla,74865,0.htm

Jefferson Nóbrega Blog O Candango Conservador

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