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A Irmandade Muçulmana surge como o principal beneficiário das mudanças introduzidas na Constituição, que serão referendadas sábado.
Na primeira votação livre em décadas no Egipto, será a formação histórica do islão neste país a sair favorecida, escreve o Financial Times (FT).
"Alguns analistas e figuras políticas referem que o Conselho Militar Supremo [entidade que gere o período de transição] decidiu que uma aliança com as forças conservadoras representa a melhor opção para o futuro do que a oferecida pelos partidos seculares recentemente formados", lê-se no FT.
Isto, porque aqueles grupos "são vistos pelos militares como factores de uma indesejada e radical transição para a democracia". Assim, os militares e a Irmandade apelam ao "sim" no referendo, o que "significa eleições em Setembro, contra o parecer de outros grupos políticos, que desejavam uma transição mais prolongada. Isto deixa apenas o que resta do Partido Nacional Democrata [do ex-presidente Mubarak] e os islamitas em condições de dominaram o próximo Parlamento".
Outro sinal de "favorecimento do islão encontra-se num dos artigos a referendar, em que se prevê a constituição de uma comissão de cem membros para elaborar uma nova Constituição. Isto significa, argumentam os críticos laicos e a oposição secular, que o futuro sistema político do Egipto vai ficar nas mãos da Irmandade" e do antido partido presidencial, que "manteve o seu aparelho praticamente intacto", conclui o jornal britânico.
Fonte: DN Globo
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