Por Jefferson Nóbrega
Assustei-me e procurei rapidamente um médico, cheguei desesperado no otorrino em busca de respostas e diagnósticos. Relatei rapidamente meu problema ao especialista em rinologia: __Doutor, diferente do restante do mundo, não consigo sentir o perfume emanado da “revolução do jasmim”. A resposta do médico foi rápida: __ Se o senhor fosse mais velho, diria que passou muito tempo respirando os ares exalados pelos
porões da ditadura.
Sem identificação do problema, saí do consultório ainda pior, pensando que o problema deve ser psicológico, talvez minha mente “retrógrada” e de “extrema-direita”, tenha bloqueado o agradável “odor da liberdade”. O mistério fisiológico ou psicológico continuou.
Vasculhei meu cérebro em busca de respostas, busquei nos mais antigos cantos de minha memória, algo que justificasse a descrença que sinto, diante da busca árabe por democracia. Lembrei que não sou fã de ditaduras, e odeio facínoras como Kadafi, que para minha humilde opinião, nunca passou de um terrorista islâmico. Portanto, cheguei à conclusão que o meu ceticismo não brota de simpatias ideológicas com esses governos. Graças a Deus!
E, enquanto eu estava sentado no êxedra, o perfume emanado da Tunísia espalhou-se pela região, e de repente vi os jornais esquerdistas que, a um mês atrás chamavam Mubarak de presidente, anunciando a queda do ditador. O aroma exalado pelo jasmim Tunísio realmente deve ser magnífico.
Acredito que o problema que assola-me, é que não sei olhar para uma situação de modo geral, aprendi a prestar atenção nos detalhes, principalmente nos menores que passam despercebidos da maioria, mas muitas vezes carregam grande significados.
E alguns detalhes foram esquecidos pelo êxtase da imprensa.
Não tenho fé suficiente para crer na revolução do Twitter e do Facebook, muito menos em multidões de motivação espontânea, sem líderes, sem inspiração, sem mentores. Os mesmo jovens que foram movidos (segundo a mídia) pelo patriotismo, pela sede de democracia, aproveitaram o caos instalado no Egito, para massacrar os Coptas. Eis os guerreiros da liberdade, amantes da democracia e dos direitos humanos, que marcharam sem qualquer motivação islâmica.
Com o banho de sangue que agora mancha as ruas da Líbia, outro detalhe chamou- me à atenção. Em uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, um correspondente da Reuters relatava o cenário ao entrar na Líbia pelo Egito:
...Enquanto o correspondente passava de carro por um trecho de estrada no deserto, com ocasionais rebanhos de cabras e casinhas de tijolos, grupos de rebeldes com fuzis de assalto e espingardas nas mãos acenavam alegremente para os carros que passavam.
"Foto! Foto!", eles diziam, fazendo o sinal de V de vitória com os dedos e posando com suas armas. Um dos líbios, zombando do culto à personalidade cultivado por Kadafi, apontou para uma pichação que dizia "nenhum Deus senão Alá"...
Eis a combinação explosiva: rebeldes, fuzis Kalashnikov, e a inscrição “nenhum Deus senão Alá”.
Será loucura minha? Perdoem a minha “mente preconceituosa” que insisti em se atentar nos detalhes, em observar que quase 100% dos que querem, ou tentaram, explodir a civilização ocidental, são: barbudos, de traços árabes, usam roupas típicas muçulmanas e recitam versículos do Corão.
Sou um cego que não quer ver? Ou vejo o que não querem ver? Apenas sei que não posso pular de otimismo com relação ao Egito, conhecendo as diretrizes da irmandade muçulmana para a islamização do mundo.
O colunista Heitor de Paola, expõe brilhantemente como a noção de democracia dos islâmicos é completamente diferente da ocidental. Se derem uma lida, talvez vocês também convertam-se ao ceticismo que me domina. Da mesma forma, o jornalista Bruno Pontes demonstra muito bem a real intenção dos esquerdistas ao regozijarem com o que ocorre nas nações árabes.
Espero sinceramente que eu esteja errado, e que o que assistimos hoje, seja a abertura histórica desses países árabes a real democracia, pois à ascensão do extremismo islâmico ao poder nessa região, deixaria ainda mais delicada situação nessa região constantemente cercada pelos ventos da guerra.
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