quinta-feira, 30 de junho de 2011

Israel x Hamas: Por essas e outras razões...

Ouvimos as mais diversas opiniões sobre o conflito árabe-israelense, neste caso em específico, sobre Israel e Hamas. Quando falamos a respeito da relação nada amistosa entre os dois, passamos adiante uma carga de informações recebidas, na maioria das vezes, unicamente pelos meios de comunicação.

Diante de uma mídia que preza pelo polêmico, pelo complexo, receber o conteúdo sem filtrá-lo é como sair pelas ruas comprando brigas com pessoas desconhecidas.

Podemos ouvir as vaias, os murmúrios de muitas pessoas, enquanto que os noticiários informam a inflexibilidade de Israel para com sua posição contrária a todo e qualquer Estado Palestino constituído pelo Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas. Agora, quantos já se informaram a respeito dos alicerces desse movimento palestino?

Quem das pessoas que respondem euforicamente aos anúncios de que Israel tem praticado "injustiça" poderia explicar as razões pelas quais o Hamas foi fundado? Confira alguns dentre os 36 pontos que compõem o Pacto do Hamas, documento emitido em 1988, no qual aborda os principais objetivos da organização extremista.

Sobre a destruição de Israel
"Israel existirá, e continuará existindo, até que o Islã o destrua, da mesma maneira que destruiu outros no passado" (Prefácio).

Negação à negociação por acordo de paz
"As iniciativas [de paz], e as chamadas soluções pacíficas e conferências internacionais contradizem os princípios do Movimento de Resistência Islâmica (...) Estas conferências não são mais do que um meio para designar infiéis como legisladores nas terras do Islã (...) Não existe nenhuma solução para o problema palestino senão por meio da Jihad. As iniciativas, as propostas e as conferências internacionais não são mais do que uma perda de tempo, um exercício inútil" (Artigo 13).

Condena o tratado de paz entre Israel e Egito
"O Egito foi, em grande medida, afastado da luta [contra o sionismo] devido ao traidor Tratado de Camp David. Os sionistas tentam conduzir os outros países árabes a acordos similares com o objetivo de distanciá-los da luta (...) Abandonar a luta contra o sionismo é alta traição, e será desprezado quem realizar um ato igual" (Artigo 32).

Instigação antissemita
"O Dia do Juízo não chegará até os muçulmanos lutarem contra os judeus e os matarem. Então, os judeus se esconderão por trás das rochas e árvores, e estas gritarão: "Oh, muçulmano! Um judeu se esconde por trás de mim, vem para matá-lo'" (Artigo 7).

Seria injusto da parte de Israel rejeitar qualquer reconhecimento de um Estado Palestino administrado por quem quer a sua destruição oficialmente? Pois é essa a mensagem que muitos meios de comunicação vêm passando, uma mensagem de que os israelenses não estão dispostos a alcançar a paz, quando, pelo contrário, vemos uma pregação de ódio inflexível da facção islâmica.

Há quem diga que o desinteresse israelense está baseado no prejuízo que acarretaria à própria nação, mas podemos constatar que essa afirmação não é seguramente precisa. O Estado Palestino que estiver sob administração de pessoas e de movimentos que seguem a mesma linha de ideológica que o Hamas, não será apenas uma ameaça à segurança de Israel, mas da comunidade global.

Afinal de contas, o que podemos esperar de quem mantém um jovem soldado israelense em cativeiro (Gilad Shalit) sem dar provas, desde 2009, de que está vivo? Qual o futuro de uma administração formada por pessoas que negam a atuação da Cruz Vermelha para confirmar o estado de saúde do refém e que impedem totalmente o contato deste com sua família?

Mas outros diriam: "O Hamas propôs, sim, negociação!" Realmente, foi realizada uma proposta pela facção, estabelecendo a libertação de Gilad Shalit mediante a soltura de aproximadamente 450 prisioneiros palestinos indiciados por terem perseguido e assassinado israelenses, além de executarem ataques terroristas.

Por essas e outras razões que Israel mantém sua postura de inflexibilidade diante do Hamas, uma organização que preza pela conquista de seus alvos sem qualquer justificação dos meios para alcançá-los.

Por Jônatha Bittencourt - De Olho na Jihad / Cessar-Fogo

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Guerra cibernética: Agentes Britânicos atacam site da Al-Qaeda


Segundo noticiado pelo The Telegraph, agentes do MI6 invadiram, na última quinta-feira, a revista eletrônica da Al Qaeda, Inspire, e trocaram as instruções de como fazer bombas caseiras por receitas de bolinhos.

Quando os militantes acessam a página para fazer o download da revista, acabam baixando receitas de bolo.
O ataque cibernético também removeu os artigos escritos por Osama Bin Laden e por Ayman al-Zawahiri.

Essa é parte da nova estratégia de contra-terrorismo britânica, o objetivo é impedir que jovens sejam recrutados fora do oriente médio através do site.

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Por um Gilad Shalit Vivo e Livre

Gilad Shalit, com 19 anos de idade quando sequestrado.
O sequestro de Gilad Shalit, um jovem soldado israelense, tem sido pauta constante na imprensa internacional. E, de fato, não poderia ser deixado no esquecimento pois se trata de um caso de extrema importância, partindo da premissa básica em que as relações árabe-israelenses estão em foco, até a questão da efetividade. Não bastasse a existência de conflitos acirrados no Oriente Médio, a autoria do crime conta com a relevante participação do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas.


Faixa de Gaza, mês de junho do ano 2006. O jovem Shalit, integrante do Corpo de Blindados na base de Telem - região fronteiriça entre Gaza, Egito e Israel -, tinha apenas 19 anos de idade quando tudo aconteceu.  Passados cinco anos desde o ocorrido, as negociações permanecem numa situação delicada.

Uma análise apurada dos fatos nos conduz à percepção de que um jogo desigual está sendo travado. Ao longo dos anos, duas posições se evidenciaram: de um lado, os direitos humanos, as propostas que visam o bem-estar do jovem Shalit, de sua família e a segurança pública; do outro, um movimento extremista, onde não há respeito pela humanidade, onde os próprios [supremos] interesses articulam suas propostas.

Além de não apresentar provas de que o soldado permanece com vida, o Hamas negou toda e qualquer atuação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O último "sinal de vida" prestado pela facção foi através de um vídeo em que solicitava a libertação de 20 prisioneiras palestinas em troca do israelense. Proposta realizada em 2009.

A exigência a ser cumprida para a libertação de Gilad Shalit é a seguinte: soltura de 1000 prisioneiros palestinos - dentre eles, o governo de Israel considera que 450 representam uma situação de risco à segurança nacional, já que são acusados de envolvimento em assassinatos de civis israelenses - muitos em atentados suicidas que resultaram em dezenas de mortos.

"Acredito que toda a comunidade civilizada deveria juntar-se a Israel e aos Estados Unidos e, todos nós, realizarmos uma demanda simples ao Hamas: Libertem Gilad Shalit."
(Benjamin Netanyahu - maio de 2011)

Fazendo jus às palavras do primeiro-ministro israelense, Porto Alegre será palco de uma passeata pela libertação de Gilad Shalit. O grupo Habonim Dror, movimento juvenil judaico sionista, está promovendo a manifestação pública que, além de clamar pelo jovem judeu, também evoca o sentimento de solidariedade e humanitarismo para os dias de hoje.

Matheus Astarita, estudante de Relações Públicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já participou da liderança do Habonim Dror e acredita que, embora a passeata não influencie diretamente a libertação do jovem prisioneiro, servirá como demonstração dos esforços da comunidade judaica porto-alegrense em busca da paz.

Muitas pessoas estão confirmando sua presença através da promoção do evento pelo Facebook.

O QUE: PASSEATA PELA LIBERTAÇÃO DE GILAD SHALIT
ONDE: MONUMENTO EXPEDICIONÁRIO DA REDENÇÃO (ARCO) - CIDADE: PORTO ALEGRE/RS - BRASIL
QUANDO: DOMINGO, 3 DE JULHO ÀS 15 HORAS


Por Jônatha Bittencourt - De Olho na Jihad / Cessar-Fogo


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Primavera árabe: as ambiguidades do governo brasileiro



Por Sheila Sacks, em 28/06/2011

Ao se declarar contra o apedrejamento de mulheres no Irã, logo após assumir a presidência em janeiro, e se alinhar a favor do envio de um relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) àquele país para apurar denúncias de violações de direitos humanos, a presidenta Dilma Rousseff ouriçou os comentaristas políticos e editorialistas dos grandes jornais, que imediatamente enxergaram uma mudança de rumo na política externa brasileira.
A ducha de água fria veio com a posição do Planalto em negar à ativista iraniana Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz em 2003, uma audiência pessoal com a presidente Dilma. 

Uma das principais vozes de oposição ao regime de Mahmoud Ahmadinejad, a advogada e ex-juíza, de 63 anos, que vive exilada na Inglaterra desde 2005, esteve em Brasília, no início de junho e, diante da impossibilidade de ser recebida pela presidente brasileira, se absteve de se encontrar com o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, indicado para atendê-la. 

Ainda em Brasília, no plenário da Câmara dos Deputados, Shirin passou por novo constrangimento ao falar sobre os maus tratos, perseguições religiosas e prisões arbitrárias no Irã para uma pífia plateia de menos de dez parlamentares.

Dias depois, em Genebra, durante a conferência mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os ministros do Trabalho do Brasil, Carlos Lupi, e do Irã, Abdolreza Sheikholeslami, anunciaram um plano de cooperação visando à implementação no país persa de projetos de capacitação de trabalhadores e de programas similares ao Bolsa Família e Brasil sem Miséria. O objetivo seria evitar a repetição do cenário de crise social – com milhões de pessoas sem trabalho – que fermentou a derrubada dos governos da Tunísia e do Egito. 

A pedido do Irã, o governo brasileiro irá desenvolver iniciativas que possibilitem a criação de mais de 2 milhões de empregos no Irã e promover ações sociais que aliviem o impacto do embargo econômico e comercial que lhe é imposto pela ONU. “Nós falamos com todos os países e vamos cooperar com quem nos peça cooperação, incluindo o Irã”, justificou Lupi.

“É o cumprimento de uma lei internacional”

Desde a eleição de 2009 que reelegeu Ahmadinejad, o regime islâmico tem perseguido e encarcerado dissidentes, ativistas de direitos humanos, líderes religiosos, advogados e jornalistas. Atualmente 26 profissionais da imprensa permanecem presos pelo regime de Ahmadinejad. 

Em abril, o jornalista e professor de Ciências Políticas Ahmad Zeidabadi, detido há dois anos, foi homenageado com o Prêmio Guillermo Cano World Press Freedom, concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), por sua “coragem excepcional, resistência e compromisso com a liberdade de expressão, democracia, direitos humanos, tolerância e humanidade”. Editor do jornal Azad e colaborador da BBC de Londres, Zeidabadi foi condenado a seis anos de prisão, mais cinco de “exílio interno” e proibido de exercer a profissão para o resto da vida, acusado de conspirar contra o governo.

Em relação à Líbia, a decisão da diplomacia brasileira de se juntar aos demais membros do Conselho de Segurança da ONU – formado por 15 membros, sendo cinco permanentes e dez temporários – na aprovação de uma resolução votada em fevereiro que impunha sanções à Líbia de Kadafi, também contribuiu para fomentar editoriais e artigos sobre o novo posicionamento da presidente Dilma e do Itamaraty no cenário internacional.

Muitos se animaram com a publicação no Diário Oficial da União do decreto determinando as sanções da ONU à Líbia (embargo à venda de armas, congelamento de bens e proibição da entrada de parentes de Kadafi). Assinado em 15 de abril por Michel Temer, presidente em exercício, o documento não se constituiria em uma iniciativa isolada do Brasil, e sim, atenderia à Resolução nº 1.970, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, dois meses antes. “É o mínimo de cumprimento de uma lei internacional”, afirmou na ocasião ao jornal Correio Braziliense o especialista em Oriente Médio Márcio Scalércio, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Segundo ele, ao publicar a medida o Brasil simplesmente acatou a determinação do Conselho.

Minas brasileiras na Líbia

É importante observar que na votação da Resolução nº 1.973, desse mesmo Conselho, em 17 de março, o Brasil se absteve de votar contra a Líbia, posicionando-se ao lado da China, Rússia, Índia e Alemanha. A medida impôs uma zona de exclusão aérea sobre o país, autorizando o uso da força para suspender voos sobre o território líbio. A resolução foi aprovada por maioria (10 votos) e, três dias depois, o presidente americano Barack Obama, ainda em território brasileiro, autorizou os ataques das forças aliadas contra o regime de Kadafi. 

A reação diplomática brasileira veio logo depois em forma de um comunicado do Itamaraty lamentando as mortes ocorridas pelos bombardeios, reiterando sua solidariedade com o povo líbio, criticando o uso da força pela coalização internacional e pedindo “um cessar-fogo efetivo”. Posição reforçada na reunião de cúpula dos Brics – grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – ocorrida em abril na China, com a presença da presidente Dilma Rousseff. A declaração conjunta divulgada ao final do encontro condenou o uso da força na Líbia e novamente apresentou propostas de reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Uma semana depois da reunião dos Brics, a missão do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU enviada à Líbia concluiu que pelo menos 10 mil pessoas morreram no país desde o início da revolta contra Kadafi. O chefe da delegação, Cherif Bassioun, afirmou que foram encontrados indícios de crimes de guerra, com ataques a civis e a missões humanitárias. Por outro lado, Jacob Zuma, presidente da África do Sul e membro do Conselho da União Africana, em visita ao ditador líbio, em Trípoli, manifestou seu repúdio aos ataques da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ao país. 

Em telefonema posterior à presidente Dilma, o sul-africano pediu apoio do Brasil para uma articulação no Conselho de Segurança da ONU no sentido de encontrar uma saída política para a crise na Líbia. Na conversa, que durou cerca de 10 minutos, de acordo com o porta-voz da Presidência Rodrigo Baena, os dois presidentes se mostraram preocupados com os ataques aéreos contra a Líbia, que estariam indo além da resolução aprovada pela ONU, provocando “impactos negativos na população civil das ações das políticas ocidentais”.

Na mesma época, a principal organização de combate ao uso das minas terrestres, a International Campaign to Ban Landmines (ICBL), prêmio Nobel da Paz de 1997, constatou a presença de minas de fabricação brasileira sendo utilizadas pelo regime de Kadafi contra os rebeldes. Em carta ao ministro Antônio Patriota, a diretora da ONG Kasia Derlicka pediu explicações sobre o fato, lembrando a condição do Brasil de signatário do Tratado de Ottawa, posto em vigor em 1999, que proibiu a fabricação, uso e venda de minas “antipessoal”. A instituição pediu ainda que o Brasil condene o uso de minas e exija a sua suspensão (segundo a assessoria do ministro, o Brasil não exporta mais esse tipo de artefato, em respeito ao tratado, mas mantém estoque do armamento, parte dele usado pelo Exército em exercícios militares).

Missão para investigar tortura e execuções

O emprego de métodos cruéis para calar vozes discordantes é comportamento-padrão no regime Kadafi. Em 1996, o ditador foi responsável por um dos crimes mais brutais que atingiram a sociedade líbia. Trata-se do massacre na prisão de Abu Salim, onde 1.167 pessoas supostamente opositoras do governo foram assassinadas em poucas horas pelos soldados do regime. Com depoimentos e provas suficientes para condenar Kadafi em uma corte internacional por crime contra a humanidade, o ativista de direitos humanos e advogado das famílias das vítimas Fathi Terbil conta que os corpos das vítimas foram jogados em buracos e cobertos com cimento. Um dos poucos sobreviventes da chacina, o engenheiro Issa el-Bira, revelou que centenas de presos foram forçados a sair para o pátio enquanto atiradores os matavam de cima dos telhados.

Iniciada em março, a revolta popular na Síria contra o regime de Bashar Assad já contabiliza 1.200 mortes e 10 mil presos qualificados pelo governo como “sabotadores”. O presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Joseph Deiss, frente a sinais de que o Brasil não estaria disposto a apoiar uma resolução de condenação no Conselho de Segurança contra a repressão e atrocidades cometidas contra civis e as mais de mil mortes promovidas pelas forças sírias, deslocou-se até Brasília para uma reunião com a presidente Dilma e o chanceler Patriota. Na visita, ocorrida em 20 de junho, Deiss tentou sensibilizar o governo brasileiro a votar a favor da resolução que prevê, entre outros tópicos, a implantação de reformas políticas no país, a libertação de prisioneiros e o fim da violência contra os opositores. 

Entretanto, a posição brasileira – que coincide com as da Rússia e China – é de que possíveis ações militares tenderiam a piorar ainda mais a situação. “ASíria é um país central, quando se leva em conta a estabilidade no Oriente Médio”, afirmou Patriota em entrevista na ONU. “A última coisa que gostaríamos é contribuir para exacerbar as tensões no que pode ser considerada uma das regiões mais tensas de todo o mundo.”

Esse posicionamento do Brasil tem intrigado diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido e França, países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Um deles se mostrou decepcionado e explicou: “Tivemos até mesmo a preocupação de não colocar nenhum trecho que pudesse dar chance para uma intervenção externa na Síria. Mas parece não ter sido suficiente para convencer os brasileiros”, disse. Em abril, o Brasil votou favoravelmente no CDH pelo envio a Damasco de uma missão para investigar violações de direitos humanos no país, principalmente tortura e execuções. Dois meses depois, observadores da ONU foram impedidos de entrar na Síria.

Exportações para o Egito cresceram 135,7%

Mesmo assim, o governo de Assad pediu o apoio do Brasil para a sua pretensão de concorrer a uma vaga no CDH. Diplomatas sírios acreditavam na influência do voto brasileiro para mudar a posição de outros países. Mas, uma semana antes da votação a Síria retirou a sua candidatura. Membro da entidade desde 2008, o Brasil encerrou seu mandato em maio, quando 15 das 47 cadeiras do Conselho foram renovadas. Em março, a Assembleia-Geral da ONU já havia decidido pela suspensão da Líbia no CDH, com voto favorável do Brasil.

Uma das mais significativas áreas de comércio do Brasil no norte da África e principal destino das exportações brasileiras para aquele continente, o Egito pós-Mubarak foi alvo de uma visita do ministro Antônio Patriota em maio. Parceiro extra-regional do Mercosul, assim como Israel, o país de 80 milhões de habitantes abriga a sede da Liga dos Países Árabes e é considerado pelo Itamaraty como um interlocutor de grande influência no mundo árabe. Segundo a nota nº 179, divulgada no site do Itamaraty em 6 de maio, o Egito “tem envolvimento crescente nas negociações relativas à questão israelo-palestina, do que é demonstração a assinatura, no Cairo, no último dia 4/6, do acordo de reconciliação entre o Fatah e o Hamas, além de outros 11 grupos políticos palestinos.”

Apesar das revoltas populares e da derrubada do governo de Mubarak, as exportações para o Egito cresceram 135,7% nos três primeiros meses de 2011 em relação a igual período de 2010, alcançando a média diária de 8,5 milhões de dólares. Para a Tunísia, país que inaugurou os confrontos de rua contra os regimes autoritários árabes, culminando com a queda do ditador Zine Ben Ali, as exportações brasileiras aumentaram ainda mais, cerca de 408,2%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na Argélia, país árabe que também enfrenta distúrbios, a compra de mercadorias do Brasil teve um crescimento de 218,81%.

Liderança geopolítica

Em setembro, quando a primavera se anunciar no Cone Sul, Dilma estará em Nova York para a abertura da Assembleia Geral da ONU. O secretário-geral, Ban Ki-Moon (reeleito para o cargo por mais quatro anos), no encontro que teve com a presidente brasileira no Palácio do Planalto, em 16 de junho, lembrou que Dilma será a primeira mulher a abrir o debate geral daquela entidade. Em nota, ao cumprimentar o sul-coreano pela votação, o Itamaraty ressaltou algumas prioridades do governo brasileiro no campo político internacional: a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e a busca de uma solução política para as crises que atingem o Norte da África e o Oriente Médio.

Sabendo-se que líderes palestinos apoiados por países árabes já preparam um plano de mobilização para pedir o reconhecimento da ONU na sessão anual de sua Assembleia Geral de um estado palestino delimitado pelas fronteiras de 1967, e que o Brasil, compartilhando espaço com países que incitam o ódio ao Estado de Israel, já reconheceu essas fronteiras em dezembro de 2010, é pouco provável que haja qualquer alteração, por parte da presidente brasileira, das diretrizes já assumidas acerca desse e demais temas que envolvem os conflitos no mundo árabe e o terrorismo praticado por grupos político-religiosos da região. 

Ainda que a grande imprensa distingue o compromisso da presidente com a questão dos direitos humanos, a visão ideológica e as aspirações brasileiras por uma liderança geopolítica regional e terceiro-mundista – sinalizadas pelo partido a qual está ligada – acabam por estreitar e dogmatizar seu campo de ação. Para desalento das editorias e dos articulistas políticos que insistem em repaginar o perfil de Dilma, creditando supostos pontos de vista e opiniões que mais adiante não se confirmam.


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terça-feira, 28 de junho de 2011

Uma carta aberta ao mundo


Ariel Ben Attar, um cidadão israelense, escreveu a seguinte carta aberta ao "mundo":

Querido Mundo:

Ônibus israelense explodido por um homem-bomba palestino.

Sei que você está contrariado conosco, aqui em Israel. Na verdade, parece que você está bem zangado, furioso até (ultrajado?). De fato, a cada par de anos você parece ficar aborrecido por nossa causa. Hoje, é a "brutal repressão aos palestinos"; ontem, era o Líbano; antes disso, foram o bombardeio do reator nuclear em Bagdá, a Guerra do Yom-Kippur e a Campanha do Sinai.

Parece que os judeus que triunfam e, portanto, sobrevivem, incomodam você especialmente.

Evidentemente, querido mundo, muito antes de existir Israel, nós – o povo judeu – já o incomodávamos. Contrariamos o povo alemão que elegeu Hitler, incomodamos o povo austríaco, que aplaudiu a entrada dos nazistas em Viena, e irritamos uma porção de nações eslavas – poloneses, eslovacos, lituanos, ucranianos, russos, húngaros e romenos.

Temos um longo histórico de momentos em que o irritamos, querido mundo. Incomodamos os cossacos de Chmielnicki, que massacraram dezenas de milhares de nós em 1648-1649; perturbamos os cruzados que, em seu caminho para libertarem a Terra Santa, estavam tão contrariados com os judeus que assassinaram incontáveis dos nossos. Durante séculos, incomodamos a Igreja Católica, que deu tudo de si para definir nosso relacionamento por meio de inquisições. Perturbamos até o inimigo supremo da Igreja, Martim Lutero, que, em sua conclamação para incendiar as sinagogas e os judeus dentro delas, demonstrou um admirável espírito ecumênico cristão.

Acabamos ficando tão aborrecidos por incomodar você, querido mundo, que decidimos deixá-lo – por assim dizer – e estabelecemos um Estado judeu. O argumento era que, vivendo em contato próximo com você, como estrangeiros-residentes nos vários países que o compõem, nós o incomodávamos, irritávamos e perturbávamos. Portanto, seria uma excelente idéia deixá-lo para que você nos amasse. Assim, decidimos voltar para casa – para o mesmo país de origem do qual fomos expulsos há 1900 anos por um romano que, aparentemente, também incomodamos.

Infelizmente, porém, querido mundo, parece que você é difícil de agradar. Tendo deixado você e seus pogroms e inquisições, cruzadas e holocaustos, tendo nos afastado do mundo em geral para vivermos em paz no nosso pequeno Estado, continuamos a incomodá-lo. Você está aborrecido porque reprimimos os pobres palestinos. Está profundamente irado pelo fato de não abrirmos mão dos territórios de 1967, que obviamente são o obstáculo para a paz no Oriente Médio. Moscou está aborrecida, e Washington está triste. Os árabes "radicais" estão perturbados e os gentis e moderados egípcios estão chateados.

Cena comum em Israel – luto por entes queridos assassinados por terroristas palestinos.

Bem, querido mundo, analise a reação de um judeu comum de Israel. Em 1920, 1921 e 1929 não havia territórios ocupados em 1967 para impedirem a paz entre judeus e árabes. Na verdade, não havia nenhum Estado judeu para incomodar ninguém. Apesar disso, os mesmos palestinos oprimidos e reprimidos esquartejaram dezenas de judeus em Jerusalém, Jaffa, Safed e Hebron. Na verdade, 67 judeus foram massacrados num único dia, em 1929, na cidade de Hebron. Querido mundo, por que os árabes – os palestinos – massacraram 67 judeus num único dia em 1929? Será que foi por causa da fúria deles devido à agressão israelense em 1967? E por que 510 judeus, homens, mulheres e crianças, foram assassinados nas rebeliões árabes entre 1936-1939? Foi porque os árabes estavam abalados por causa de 1967?
Quando você, querido mundo, propôs em 1947, nas Nações Unidas, um Plano de Partilha que teria criado um "Estado Palestino" ao lado de um minúsculo Estado de Israel, os árabes gritaram "não", foram à guerra e mataram 6.000 judeus. Será que esse "incômodo" também foi causado pela agressão de 1967? E, por falar nisso, querido mundo, por que, na época, não ouvimos seu grito de "aborrecimento"?

Os pobres palestinos, que hoje matam judeus com explosivos, bombas incendiárias e pedras, são parte do mesmo povo que – quando tinha todos os territórios que agora exige para seu Estado – tentou jogar o Estado judeu para dentro do mar. As mesmas faces retorcidas, o mesmo ódio, o mesmo grito de "itbach-al-yahud" (massacrem os judeus!), que vemos e ouvimos atualmente, eram vistos e ouvidos naquela época. O mesmo povo, o mesmo sonho – destruir Israel. O que eles não conseguiram fazer no passado, sonham fazer no presente, mas não devemos "reprimi-los".

Querido mundo, você ficou indiferente durante o Holocausto. Em 1948, quando sete países deflagraram uma guerra, que a Liga Árabe orgulhosamente comparou aos massacres mongóis, você assistiu de camarote. Quando Nasser, barbaramente aclamado por uma turba selvagem em todas as capitais árabes do mundo, jurou atirar os judeus ao mar em 1967, você não se abalou. E você assistiria de camarote amanhã, se Israel estivesse enfrentando a extinção.

Como sabemos que os árabes-palestinos sonham todos os dias com essa extinção, faremos todo o possível para permanecermos vivos em nosso próprio país. Se isso o aborrece, querido mundo, bem – pense sobre quantas vezes no passado você nos aborreceu. Em cada evento, querido mundo, quando você se sente incomodado por nós, eis aqui um judeu em Israel que não lhe dá a mínima.

Ariel Ben Attar - Israel (http://www.beth-shalom.com.br)

Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, novembro de 2002.
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Não há nada ilegal em bloquear o terrorismo

Irit Kohn

Imagine uma organização terrorista, considerada como tal pela União Européia e os Estados Unidos, controlando violentamente uma área e contrabandeando grande quantidade de armamento pesado, tanto por mar quanto por terra. Agora, imagine que uma organização terrorista decida travar uma violenta campanha contra os seus estados vizinhos, bombardeando a população civil com mais de 10.000 foguetes. Então, imagine mais de 500 ativistas, onde a maioria pertence a uma organização radical islâmica conhecida por financiar e apoiar grupos terroristas, querendo unir forças com este regime terrorista.
Poderia parecer ilógico que a lei internacional não fornecesse as ferramentas necessárias para controlar uma iniciativa tão vil. E, realmente, o órgão de lei internacional que se refere aos conflitos armados não mantém silêncio nesses assuntos, e fornece os estados medidas legitimas e legais que eles possam empregar.

O cenário descrito acima é a mesma situação a qual o Estado de Israel se encontra atualmente. Em 2005, Israel implementou seu “plano de desligamento”, retirando completamente as Forças israelenses e civis da Faixa de Gaza.

Enquanto Israel tinha a esperança de que este desligamento pudesse servir como trampolim para melhorar as relações com os seus vizinhos, ocorreu justamente o contrário: o Hamas, uma organização designada como terrorista pela União Européia e Estados Unidos, tomou o controle da Faixa de Gaza e deu início a uma série de ataques com foguetes contra civis israelenses.
Até hoje, o Hamas disparou mais de 10.000 foguetes contra alvos civis em Israel. O armamento pesado usado nestes ataques foi contrabandeado para Gaza por terra e por mar e, não é preciso ir muito além, basta mencionar o episódio com o Karine A, no qual a marinha israelense interceptou mais de 50 toneladas de armamento avançado que seriam entregues para o regime do Hamas em Gaza, para provar a existência de contrabando marítimo.

Israel, como Estado democrático, busca instrumentos legais para conter o contrabando de armas e responder aos ataques terroristas do Hamas contra os seus cidadãos. Um dos instrumentos disponíveis sob a lei internacional é o bloqueio marítimo. Israel, encontrando-se em uma situação de conflito armado com o Hamas, optou em aplicar estas medidas legais.

Um bloqueio naval é um instrumento legitimo e reconhecido pela lei internacional. De fato, bloqueios navais foram impostos ao longo século 20, e o manual naval de vários países do ocidente, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido reconhecem os bloqueios marítimos como uma efetiva medida legal disponível diante de conflitos armados com organizações terroristas.

Conforme estabelecido no Manual de San Remo em Leis Internacionais Aplicáveis para Conflitos Armados no Mar, para um bloqueio marítimo ser válido, várias condições devem ser observadas. Isto inclui uma devida notificação do bloqueio e sua localização; uma efetiva e imparcial execução do bloqueio; a concessão de acesso a portos e costas de estados neutros; e a criação de rotas alternativas para o fornecimento de assistência humanitária para os civis.

Israel cumpriu todas as suas obrigações sob a lei internacional, fornecendo devida notificação da existência do bloqueio e as exatas coordenadas através de canais marítimos profissionais, portais oficiais do governo e canais diplomáticos; executando o bloqueio de forma efetiva e imparcial desde a sua implementação; não impedindo o acesso a portos e costas de estados neutros; e fornecendo um corredor terrestre alternativo para a transferência dos bens humanitário, da mesma forma como 15.000 toneladas de ajuda humanitária chegam a Faixa de Gaza semanalmente.

As leis internacionais não fornecem apenas instrumentos para um bloqueio marítimo, mas também para sua execução legal. Sob lei internacional, como refletido no mencionado manual de San Remo, qualquer embarcação que viole ou tente violar o bloqueio, independente da carga a bordo, ou a natureza do barco, inimigo ou civil, pode ser submetido às medidas legais para executar o bloqueio. Estas medidas legais incluem a captura, ou mesmo o ataque ao navio. A aplicação das medidas pode ser tomada a distância pelo bloqueio naval e em águas internacionais se houverem motivos razoáveis para acreditar que a embarcação pretende violar o bloqueio. O manual da marinha americana aponta que uma tentativa de violação de bloqueio acontece no momento que o navio deixa um porto com a intenção de violar o bloqueio.

Vamos retornar ao nosso cenário inicial – no dia 30 de maio, seis barcos transportando mais de 500 ativistas, incluindo centenas de membros do Insani Yardim Vakfi (IHH) – uma organização radical islâmica que financia e apóia grupos terroristas, incluindo o Hamas – zarpa com a clara intenção de violar o bloqueio marítimo legal em vigor na costa de Gaza. Muitos desses ativistas radicais estão armados com armas leves – facas e bastões – e evidenciam em entrevistas na televisão turca na véspera da viagem que se Israel tentar impor o seu bloqueio marítimo, encontraria uma “oposição violenta”.

Como colocado por um dos ativistas, “Esta missão não trata de entregar suprimentos humanitários. Ela tem por objetivo romper o cerco de Israel” (Greta Berlin, AFP, 27 de maio) Estes ativistas foram avisados sobre o bloqueio em várias oportunidades, em tempo real, por soldados da marinha israelense, e informados que se o barco não mudasse a sua rota, medidas legais seriam tomadas. Estes ativistas foram bem informados sobre os direitos e intenções de Israel de aplicar o bloqueio.

Israel esperava aplicar o bloqueio de uma forma pacífica e ordenada, como nas bem sucedidas missões anteriores de bloqueio. Nos barcos da flotilha de 30 de maio não houve resistência violenta. As medidas tomadas por Israel foram aplicadas de forma pacifica. No entanto, no barco em que os soldados israelenses foram recebidos com violência, eles foram, infelizmente, obrigados a agir em legitima defesa.

Organizações terroristas constantemente criam novos métodos de combate. O desafio encarado por Israel e outras democracias ocidentais é de como, dentro dos limites, lutar contra o terrorismo que cinicamente ignora a lei. O recente bloqueio realizado por Israel honra o direito internacional. (Irit Kohn, fonte: Embaixada de Israel - http://www.beth-shalom.com.br)

Irit Kohn é vice-presidente da Associação Internacional de Advogados e Juristas Judeus e ex-diretora do Departamento Internacional do Ministério da Justiça de Israel.
 

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O soldado Gilad Shalit seria refém ou prisioneiro de guerra?


Bernard Henri Levy

Porque tanta comoção em torno do soldado Shalit? Por acaso todos os conflitos armados não produzem prisioneiros de guerra, e Gilad Shalit, o jovem cabo israelense sequestrado de um tanque em junho de 2006, não é apenas um prisioneiro como os outros? Bem, na verdade, não. Em primeiro lugar, há convenções internacionais que governam a situação dos prisioneiros de guerra, e o mero fato de que ele tenha sido sequestrado durante quatro anos, e que a Cruz Vermelha, que visita regularmente os palestinos em prisões israelenses, nunca tenha tido acesso a ele, é uma violação flagrante das leis de guerra.

Além disso, e mais do que tudo, nunca nos cansaremos de repetir: Shalit não foi capturado no auge do combate, mas sim durante uma incursão em Israel, quando o país, depois de ter evacuado Gaza, estava declaradamente em paz com seu vizinho. Chamá-lo de prisioneiro de guerra, em outras palavras, é o equivalente a afirmar que se Israel ocupa ou não um território nada muda em termos do ódio que alguém acredita que o país merece. Significa aceitar a ideia de que Israel está em guerra até mesmo quando está em paz, ou que devemos fazer a guerra contra Israel simplesmente porque Israel é Israel.

Se recusarmos esta lógica que é, de fato, a do Hamas e – se as palavras significam alguma coisa – a lógica da guerra total, devemos começar a mudar totalmente a retórica e o léxico. Shalit não é um prisioneiro de guerra, mas um refém. Seu destino não é comparável ao de um prisioneiro palestino, mas sim ao de uma vítima de sequestro pela qual se pede resgate. E deve ser defendido como defendemos os reféns das Farc ou dos sírios ou iranianos – devemos defendê-lo com a mesma energia dedicada à defesa de, digamos, Clotilde Reiss ou Ingrid Betancourt.

Refém ou prisioneiro, não importa – porque tanto escândalo por causa de um homem? Por que este enfoque num indivíduo de nenhuma importância para a comunidade? Um homem “feito de todos os homens e tão bom como todos eles e não melhor do que nenhum” (Jean-Paulo Sartre)?

Bem, é porque Shalit não é exatamente qualquer um, e ele está passando pelo pior que pode passar, em tempos de tensão extrema na história, os indivíduos que não estão dispostos de nenhuma forma a tomar parte disso, mas que subitamente acabam cativos desta tensão – aqueles que atraem o relâmpago, os pontos de impacto das forças que, numa situação dada, convergem e se chocam. Os dissidentes da era do comunismo foram exemplos disso, assim como os perseguidos na China ou em Mianmar hoje em dia.

Isso ocorre com Gilad Shalit. É assim como este homem, cujo rosto ainda é o de uma criança, encarna muito involuntariamente a violência interminável do Hamas; a ânsia irracional de seus partidários por exterminar; o cinismo dos “humanitários” que, como os da frota Libertem Gaza, recusaram levar uma carta a Shalit de sua família; ou, uma vez mais, o duplo padrão pelo qual não ele não é beneficiado pela abundância de simpatia que Betancourt recebeu.

Um franco-israelense vale menos do que uma franco-colombiana? O nome de Israel é suficiente para degradar Shalit?

Por que não colocaram seu retrato ao lado da heróica colombiana na fachada do Hotel de Ville de Paris? E como é possível explicar por que sua foto, finalmente colocada no pequeno parque de 12 Arrondissement de Paris, tenha sido alvo de vândalos com tanta frequência, e com tal impunidade? Shalit o símbolo. Shalit o espelho.

Uma última pergunta: qual é o preço que os israelenses estão dispostos a pagar pela libertação deste cativo, e também a pergunta relacionada às centenas – alguns mencionam milhares – de assassinos potenciais que então serão libertados em troca. Esta não é a primeira vez que esse problema acontece. Em 1983, Israel libertou 4.700 combatentes no campo Ansar do Líbano em troca de seis de seus soldados.

Em 1985, Israel libertou 1.150 combatentes (incluindo o futuro fundador do Hamas, Ahmed Yassin) em troca do retorno de três israelenses. E isso sem mencionar os corpos, só os corpos, de Eldad Regev e Ehud Goldwasser, mortos no início da última guerra no Líbano, e trocados, em 2000, por vários líderes do Hezbollah, alguns dos quais sentenciados por crimes graves.

A ideia é simples, e o crédito corresponde a Israel. Contra a crueldade, antes de mais nada, das famosas razões de Estado, contra as obras dos frios monstros e sua terrível preguiça; e na oposição à intransigência glacial que o escritor italiano Leonardo Sciascia não temeu condenar, a raiz do sequestro do ex-primeiro-ministro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, a forma como Moro foi abandonado por seus “amigos”, qualificando-o como outro rosto do terrorismo, este imperativo categórico e irrefutável: entre o indivíduo e o Estado, escolhe-se sempre o indivíduo. Entre o sofrimento de um homem e a agitação da sociedade em geral, o que está só deve prevalecer.

Um homem pode não valer nada, mas nada – principalmente o orgulho arrogante de sua nação – vale o sacrifício de um homem. E então, contra um pseudo “sentido do trágico” que serve como um álibi para tantos casos de covardia. E contra os dialéticos da quinquilharia que repetem ad infinitum os efeitos perversos possíveis que uma ação (digamos, o possível resgate de um Daniel Pearl) pode provocar num futuro distante, quando estamos enfrentando uma situação da qual nada sabemos, é necessário retornar a este princípio de incerteza que está no coração da própria sabedoria judaica, admiravelmente resumido em Eclesiastes: não te inquietes pelo que está além de suas obras; em sua ignorância do domínio dos finais, dos propósitos e de seus enganos, simplesmente salvem Gilad Shalit.

Bernard-Henri Lévy
Bernard-Henri Lévy é filósofo e jornalista. Considerado um dos principais escritores franceses da atualidade, é autor de obras como "Quem Matou Daniel Pearl?" e "American Vertigo".



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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Senegal: Centenas de jovens muçulmanos queimaram uma igreja e destruíram um bar


Após o imã da cidade de Yoff, Thierno Mbeugne, pedir para que os jovens muçulmanos marchassem em protesto contra o que ele classificou como "ofensas a fé islâmica", centenas de jovens senegalêses queimaram um templo protestante e destruíram um bar. Os jovens foram orientados a atacarem a igreja devido está fazer "proselitismo religioso",e o bar por vender bebidas alcoólicas. O templo era das Testemunhas de Jeová, e segundo os muçulmanos, seus fiéis estavam destribuindo bíblias e crucifixos na comunidade.

Um médico informou que foram encaminhados 37 feridos ao hospital, incluindo vários policiais. A polícia usou gás lacrimogênio para dispersar a multidão.

Blog De Olho na Jihad 27/06/2011 com informações do CTV News

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Hamas rejeita pedido da Cruz Vermelha sobre provas de vida do soldado Gilad Shalit.


No último dia 23 de junho, o grupo terrorista Hamas rejeitou um pedido da Cruz Vermelha Internacional para que provasse que o soldado israelense, Gilad Shalit,ainda está vivo. O porta-voz do grupo terrorista, Salah Bardawi, acusou Israel de ter solicitado a Cruz Vermelha a informação, para que pudessem descobrir o paradeiro do soldado e assim realizarem uma operação de resgate. Bardawi disse que a única forma de Israel receber informações sobre Gilad Shalit é libertando prisioneiros palestinos. A Cruz Vermelha expressou preocupação com a prisão de Shalit e disse que segundo as leis internacionais a família deve ser autorizada a manter contato com o preso. É claro que isso não ocorre, já que Shalit não é um preso político, e sim um refém de um grupo terrorista.

Neste sábado 25.06.2011 se completam 1.825 dias em que o jovem soldado israelense foi capturado durante um ataque terrorista dentro do território de Israel, junto a Faixa de Gaza. Gilad Shalit que estava apenas no primeiro ano de seu serviço militar naquela fronteira. 

Gilad Shalit foi o único sobrevivente de um ataque terroristas que ocorreu na manhã de 25 de Junho de 2006. Uma quadrilha de terroristas do Hamas conseguiu atravessar a fronteira através de um túnel que haviam escavado junto a Kerem Shalom, uma comunidade agrícola israelense na região.
Durante o ataque os terroristas atacaram um tanque com um míssil, o que levou a morte do oficial do tanque Hanan Barak e outro soldado da equipe Pavel Saluketzer, e mais quatro soldados que estavam no posto ao lado do tanque ficaram gravemente feridos durante o incidente.

Gilad Shalit que estava no tanque durante o incidente provavelmente foi gravemente ferido durante o incidente e arrastado para o território do Hamas, onde permanece em cativeiro por estes cinco anos.

Segundo um porta-voz dos grupos terroristas, o incidente foi programado e treinado por mais de dois meses antes do ataque.

As condições de cativeiro do soldado são completamente desconhecidas, os grupos terroristas dizem que ele está sendo bem tratado conforme as leis islâmicas, porém as mesmas leis são conhecidas como cruéis e desumanas na maioria dos casos, o que leva a morte dos cativos, como no caso do jornalista Daniel Pearl, o jornalista americano que foi decapitado em Karachi no Paquistão, pelas mãos do Al Qaida.

Devido a falta de comunicação, a incerteza da saúde ou mesmo da vida de Gilad Shalit é grande, visto que o grupo terrorista Hamas ignora todas as tentativas de visita da Cruz Vermelha ou de qualquer outra representação diplomática.

O governo de Israel recebeu em 20 de Setembro de 2006 uma primeira carta escrita pelo soldado desde o cativeiro, outra carta chegou as mão do governo em 4 de Fevereiro de 2008 chegou outra carta nas mão do Governo de Israel e em 9 de Junho de 2008 uma carta chegou nas mãos da organização de Jimmy Carter, ex-presidente americano.

Dia 25 de Junho de 2007 a Hamas publicou uma fita de vídeo em que o soldado aparecia segurando um jornal em árabe e lendo uma carta para os seus parentes que havia sido ditada pelos seus opressores, nota-se nas palavras a gramatica árabe, demonstrando que eles não tinham bom conhecimento de Hebraico, utilizando a gramatica típica árabe, sua palavras foram assim selecionadas e os ruídos do fundo foram apagados afim de evitar a identificação do local de cativeiro do soldado.

Os pais de Gilad Shalit, Noam e Aviva Shalit deixaram desde então o conforto de seus lares vindo a residir junto a sede do Governo de Israel, em uma tenda, com o objetivo de dar suporte ao seu filho e aumentar a pressão sobre o governo para agir em prol de sua libertação. Desde então, os familiares e muitos outros que aderiram a causa de Shalit tem realizado passeatas, protestos, campanhas e diversas outras atividades para que o país e o governo não esqueçam Gilad Shalit no cativeiro, mas continuem fazendo o máximo afim de libertá-lo.

O preço de um israelense

O preço que o Hamas está exigindo para libertar o soldado é um preço muito caro para a sociedade israelense pagar. A exigência da libertação de 1000 terroristas parece ser absurda para a comunidade de Israel. Visto que segundo especialistas, a última operação de libertação de Tenembaum teria levado a morte de mais de 1500 civis desde então.

Quando um governo como o de Israel cede diante de pressões como esta, a mensagem passada aos grupos terroristas é de que vale apena sequestrar, pois a sociedade israelense seria fraca emocionalmente, este é o motivo pelo qual o Primeiro Ministro de então, Ehud Olmert, havia se recusado a ceder as condições impostas pelo grupo, e da mesma forma, o atual Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu continua a se recusar, e não cede as pressões sejam dos grupos terroristas ou seja da sociedade israelense.

Gilad Shalit têm sido objeto da solidariedade mundial, enquanto os prisioneiros palestinos gozam de boas condições nas prisões de segurança em Israel, têm direito a visitas, presentes, boa alimentação, comunicação com parentes e até mesmo ligações telefônicas, ele não têm direito a nada.

Até hoje, todas as tentativas da Cruz Vermelha Internacional e de Diplomacia Internacional falharam em uma tentativa de até mesmo receber sinal de vida de Gilad por parte do grupa Hamas, que ainda se recusa a permitir visitas, telefonemas ou mesmo visita de um médico afim de determinar o estado de saúde do soldado que está em isolamento completo por mais de cinco anos.

Dia 23 de Junho de 2011 a Cruz Vermelha Internacional exigiu do Hamas um sinal de vida do soldado, o que foi recusado e muitos ativistas do Hamas saíram para protestar contra a organização internacional. No mesmo dia, o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu declarou em cadeia nacional e internacional de que o governo de Israel estará diminuindo as muitas vantagens que os prisioneiro palestinos gozam em prisão Israelense. Benjamin Netanyahu declarou que não mais poderão estudar ou se formar em prisão, as visitas serão limitadas, os tempos de passeios nos pátios serão limitados e os meios de comunicação serão cortados. "Não é possível que enquanto Gilad não tem direito a nada, aqui se formam e estudam futuros líderes terroristas".

Blog De Olho na Jihad com informações do The New York Times, do Bicom, e complemento do Café com Torah

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