domingo, 15 de maio de 2011

AS VÍTIMAS BRASILEIRAS DO TERROR



Firdia Lisnawati/AO
EM MISSÃO DE PAZ DA ONU
Em agosto de 2003, Sérgio Vieira de Mello morreu ajudando a reconstruir o Iraque 
É comum ouvir que o Brasil é um país de sorte, pois aqui nãoataques terroristas. É fantasia imaginar que estejamos a salvo. Desde 11 de setembro de 2001, pelo menos oito brasileiros foram mortos em ataques terroristas de grandes proporções no exterior. O último deles foi o paranaense Sérgio dos Santos Silva, de 27 anos, dilacerado pelas bombas que mataram duas centenas de pessoas em Madri, em 11 de março. Silva estava na Espanha havia cinco meses, trabalhando como mestre-de-obras. Pretendia ficar no exterior até o fim do ano para juntar o suficiente para comprar um casa em São Tomé, cidade de 5 000 habitantes, onde havia deixado a mulher, Sara, 21 anos, e o filho Miquéias, de 4. Como explicar ao menino que o pai foi assassinado longe de casa por fanáticos movidos por furor religioso? "Cada vez que passava um avião, o menino apontava e dizia 'Mamãe, vou assobiar para o papai me ver aqui embaixo'", conta Isabel Alves, sogra de Silva.


Álbum de família
Junior/AE
Celso
SEM CONHECER O FILHO
Alexandre Watake foi morto no atentado que matou 200 pessoas em Bali, em 2002. Ele morreu aos 33 anos, pouco antes de voltar ao Brasil para conhecer o filho
DE LONDRES PARA NOVA YORK
A paulista Anne Marie Ferreira morreu aos 29 anos no World Trade Center. Anne, que tinha morado em Londres, estava há poucos meses em Nova York 

As mortes lamentáveis e injustificadas mostram que é ingênua a idéia de que o Brasil pode ficar de fora da guerra ao terror. Quatro brasileiros morreram nas torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. A mineira Sandra Fajardo Smith, morta aos 37 anos, vivendo nos Estados Unidos desde 1991, era contadora na corretora Marsh Inc., no 98º andar. Os paulistas Ivan Kyrillos Barbosa, morto aos 30 anos, e Anne Marie Ferreira, de 29, trabalhavam na corretora Cantor Fitzgerald, no 105º andar. Ivan Barbosa havia sido contratado dois anos antes, quando se mudou para Nova York com a mulher, Valéria. Anne tinha conseguido o emprego poucos meses antes, ao trocar Londres por Nova York, com o marido, Alexandre. A família de Ivan Barbosa ainda não superou a perda. "Passados mais de dois anos, continuo com medo de aglomerados, fico imaginando que podemos ser alvos de um ataque", diz o médico Ivan Barbosa, pai de Ivan Kyrillos Barbosa. O engenheiro capixaba Nilton Fernão Cunha, que morreu aos 41 anos, estava no prédio por acaso. Ele havia ido ao WTC para tratar de negócios com uma empresa japonesa no 108º andar. Cunha era despachante de importações e sempre viajava para os Estados Unidos a trabalho.

Reprodução AE
Álbum de família
RUMO AO TRABALHO
O paranaense Sérgio dos Santos Silva foi morto quando ia para o trabalho em Madri. Tinha 27 anos
CARREIRA NO EXTERIOR
Sandra Fajardo Smith começou a trabalhar como garçonete, estudou e conseguiu emprego em uma corretora no WTC. Tinha 37 anos

 
Não se pode dizer que os mortos eram brasileiros que, por azar, estavam no lugar errado na hora errada. Isso não existe. Eles exerciam o direito de viver, passear e buscar livremente uma vida melhor longe de casa e só morreram por que está em curso uma ofensiva de morte contra valores que os brasileiros compartilham com outros povos igualmente vítimas do terror. A democracia e a liberdade de escolher como viver ou qual religião seguir. O paulista Alexandre Watake, massagista, e o gaúcho Marco Antônio Farias, sargento do Exército, foram mortos no ataque que devastou bares no balneário de Bali, na Indonésia, em outubro de 2002, em que morreram 200 pessoas. Watake, que morreu aos 33 anos, deixou o Brasil em 2001, com a mulher grávida, Mônica. "Ele queria juntar dinheiro para acabar a faculdade de direito e ajudar a criar nosso filho", diz a viúva. Ele trabalhou como massagista no Japão durante um ano e meio e, de , foi dar aulas de shiatsu num resort em Bali, onde deveria ficar apenas dois meses. "Faltavam apenas duas semanas para ele voltar ao Brasil e conhecer o filho", conta Mônica.


 Marco Antônio Farias, sargento do  
Exército Morto no atendado em Bali

Não podemos também esquecer de João Jose de Vasconcelos Junior, engenheiro nascido em Minas Gerais, trabalhava na construção de termoelétrica realizada por empresa brasileira em Beiji, Iraque, obra que serviria para aliviar o povo iraqueano da aguda falta de energia elétrica. Embora sabidamente brasileiro, foi sequestrado no norte do Iraque em 19 de janeiro de 2005 pela Brigadas Mujahidin, Exército de Ansar al Sunna. Itamaraty, personalidades esportivas e líderes religiosos fizeram apelos humanitários no Brasil e no exterior. A busca por informações foi desenvolvida de forma ininterrupta e em contato permanente com a família Vasconcellos. Mas a familia brasileira que  foi torturada por dois anos pelos sequestradores jihadistas que se negaram a dar noticiais sobre o sequestrado, até que seu corpo foi encontrado em junho de 2007.

João Jose de Vasconcelos Junior


Por M.G blog De Olho na Jihad 

Leiam também:  IN MEMORIAM: Há 8 anos o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello era vítima do terrorismo islâmico




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3 comentários:

Alô amigos
Fantástica e ilustrativa lembrança.
Com a vossa permissão,vou divulgar.
abraços
roberto

Alô amigos
Mais um doidão foi engaiolado nos states:
http://preview.bloomberg.com/news/2011-05-12/new-york-synagogue-attack-is-said-to-be-thwarted-as-police-arrest-two-men.html

abraços

De Mello "morreu ajudando a reconstruir Iraque". Um analisis mais objectivo è que ele assinou sua própria condena a morte porque apoiou sem reservas os projetos de dominação dos Estados Unidos no Iraque. Não è essa a função da ONU.

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