sexta-feira, 13 de maio de 2011

A ficção dos crimes de guerra


Quem acompanhou os noticiários [sobre Gaza] poderia ser levado a acreditar que Israel cometeu crimes de guerra durante a Operação Chumbo Moldado. Isso não é verdade! Trata-se de um libelo de sangue, simplesmente de uma acusação sem fundamento. Isso não significa que não foram cometidos erros aqui e ali, que não houve equívocos, que uma certa unidade pode ter usado munição não-apropriada, e que houve incidentes com soldados que agiram de forma errada. Presumivelmente, tais coisas ocorreram. Mas, daí até a acusação de que Israel é culpado de crimes de guerra e que as Forças de Defesa de Israel (FDI) usaram práticas de combate imorais vai um longo caminho.

Mencionar conceitos como “crimes de guerra” ou “crimes contra a humanidade” com referência a essa operação militar nada mais é do que puro disparate. Os líderes nazistas foram considerados “criminosos de guerra” pelo assassinato de milhões de pessoas a sangue frio. Adolf Eichmann foi julgado culpado de “crimes contra a humanidade” por ter enviado milhões para as câmaras de gás. O uso desses termos em relação a uma ação bélica de auto-defesa, contra uma organização terrorista que age a partir de uma área repleta de civis, não é apenas uma distorção da verdade, mesmo que centenas de civis tenham sido mortos. Trata-se, realmente, de uma perversão moral de primeira ordem, marcada por uma dose superabundante de maldade e hipocrisia.

Não acredite naqueles que dizem que as leis internacionais foram violadas durante a operação militar em Gaza. Eles são os que usam a legislação internacional de forma cínica, com objetivos que nada têm a ver com preocupações a respeito da moralidade da guerra. Os melhores juristas e acadêmicos em Israel e no mundo têm rejeitado essas acusações. O Professor Alan Dershowitz, da Universidade de Harvard, um grande especialista em Direito, dissecou as acusações contra a operação das FDI com bisturi afiado, e rejeitou-as inteiramente. O Professor Yoram Dinstein, um dos maiores especialistas israelenses em Direito Internacional, deixou claro em uma palestra no Instituto de Estudos de Segurança Nacional, que as acusações contra as FDI são arraigadas em preconceitos. Na Europa, trata-se de uma questão de anti-semitismo clássico e, em Israel, de auto-ódio patético – ou de ignorância e interpretação equivocada dos pricípios legais, especialmente do espírito da lei internacional.




Nesse caso tem acontecido algo estranho. A pergunta principal costumava ser: quem é o agressor e quem exerceu seu direito de auto-defesa? Essa é a verdadeira questão moral. Atualmente, não se distingue entre aqueles que se levantam contra o Estado para destruí-lo e aqueles que lutam para defender sua vida.

Só interessa ao mundo se houve e quantas foram as vítimas civis, ignorando completamente a identidade dos responsáveis pela guerra e pela matança, um resultado inevitável de qualquer batalha, principalmente quando travada contra uma cruel organização terrorista. Quando era presidente dos EUA, Harry Truman ordenou o lançamento de duas bombas atômicas sobre o Japão para evitar a morte de soldados americanos – a justificativa foi baseada no fato do Japão ser o responsável pela guerra.

Naturalmente é lamentável que mulheres e crianças foram mortas. Não fico satisfeito nem mesmo com a morte de integrantes do Hamas... Mas a responsabilidade de toda a matança e do sofrimento é exclusivamente do agressor, o Hamas. Nenhum civil atingido – mesmo que tenha sido por engano – está pesando na consciência de Israel. Essa é a verdade que nos permite andar de cabeça erguida. Não há necessidade de ficarmos alarmados por [alegações de] pessoas cujos princípios são a hipocrisia e a falsidade. Seu padrão moral está muito distante do nosso. (Yehuda Ben Meir, extraído de www.haaretz.com

O autor é pesquisador-sênior no Institudo de Estudos de Segurança Nacional em Israel.



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