O grupo fundamentalista islâmico Al Shabab ameaçou nesta quarta-feira realizar mais ataques contra o Governo Federal de Transição da Somália (GFT) e contra seus aliados, um dia depois de um atentado suicida dos rebeldes em Mogadíscio matar cerca de 90 pessoas e ferir 150.
"A partir de agora realizaremos mais ataques contra o Governo, contra soldados da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) e contra seus aliados", afirmou em comunicado o porta-voz da Al Shabab, Sheikh Ali Mohamud.
"Assegurarei que este é só o princípio, continuaremos com estas ações durante muito tempo", acrescentou.
Mohamud insistiu que Al Shabab foi o autor do atentado de ontem em um complexo de edifícios onde o governo tinha escritórios de três de seus ministérios, e que esta é uma "mensagem para o GFT, para as agências de espionagem que estão na capital, para as organizações de ajuda e seus aliados".
Antes do atentado, o suicida de Al Shabab, identificado como Bashar Abdullahi Nur, foi entrevistado pela rádio Al-Andalus.
"Para mim tanto faz se mato mil pessoas, cem ou uma. Preciso ir para o paraíso e me reunir com Deus", afirmou.
Os últimos números divulgados pelo hospital de Madina indicam cerca de 90 mortos e 150 feridos.
Já o presidente do país, Sharif Sheikh Ahmed, anunciou na noite de terça-feira três dias de luto nacional em honra às vítimas do atentado, a maioria estudantes que estavam no local para realizar testes para obter bolsas de estudo.
"Prometo que este tipo de ataques não impedirão que continuemos lutando contra o terrorismo", afirmou Ahmed. "O que aconteceu em Mogadíscio é terrível. Mostra como cruéis e estúpidos são a Al Qaeda e seu aliado, Al Shabab", acrescentou.
As agências de segurança nacional do governo anunciaram a detenção de uma pessoa com explosivos junto ao corpo quando tentava entrar em um edifício governamental no norte de Mogadíscio.
De acordo com a administração somali, membros do Al Shabab já estão tentando executar mais atentados, "mas o governo está preparado para prevenir qualquer ataque".
Em Mogadíscio, onde foi decretado toque de recolher na terça-feira à noite, o ambiente era de tensão nesta quarta-feira. As forças de segurança, em alerta vermelho, ordenavam deter cada pessoa que se aproximasse e os cidadãos da capital somali tentavam superar o trauma.
Embora Al Shabab já tenha feito vários atentados terroristas, esta é a segunda vez que os estudantes são seu alvo.
Em dezembro de 2009, os fundamentalistas realizaram um atentado contra um hotel em Mogadíscio, onde acontecia uma cerimônia de formatura, na qual morreram quatro ministros do governo de transição, três jornalistas, quatro médicos e 29 estudantes.
O atentado desta terça-feira acontece após a suposta retirada de Al Shabab de Mogadíscio, no início do mês de agosto, considerada "uma mudança tática" pelos radicais e uma vitória pelo Governo.
Al Shabab, que pretende instaurar na região um estado muçulmano wahhabista, domina boa parte do sul da Somália, um país que vive em permanente guerra civil e com a ausência de um governo efetivo desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre.
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