quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vencedora do Nobel da Paz possui ligações com o radicalismo islâmico


Escrito por Jefferson Nóbrega | 20/10/2011 

Tawakul Karman
Em 7 de outubro, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido a três ativistas dos direitos das mulheres. A premiação de 2011 veio com mais uma grande surpresa: A primeira mulher árabe a ser laureada com a criação de Alfred Nobel, refiro-me a iêmita Tawakul Karman.


Tawakkul , 32 anos e mãe de três filhos, foi apelidada de “a mãe da primavera árabe” devido sua liderança nos protestos contra o ditador Ali Abdullah Saleh, ela tem lutado pelo direito das mulheres e foi presa por desafiar o presidente iemita. Demonstrou sua coragem ao iniciar o combate pela proibição do casamento infantil e ao abandonar o niqab e ainda ter aparecido em rede nacional sem o véu em 2004. Inegavelmente atributos admiráveis, que fez com que ela se tornasse para muitos um exemplo de mulher, e como consequência ganhou a bajulação do mundo ocidental.

No entanto, o que pouco divulga-se, é que, apesar de ser apresentada como uma crítica costumaz do extremismo, de forma contraditória a vencedora do nobel da paz escolheu sentar-se no Conselho Shura do partido religioso Islah, ramo iemita da Irmandade Muçulmana cujo membros possuem vínculos com a Al-Qaeda da Península Arábica.

O Islah foi fundado em 1990 sob três pilares de sustentação: Tribos, Irmandade Muçulmana e salafismo. O partido islâmico tem sido a voz crítica contra a relação do Iêmen com os EUA e luta pela criação de uma polícia religiosa para “promover as virtudes e coibir os vícios”.

Foi revelado que Anwar al-Awalaki escondeu-se em três casas pertencentes a membros do Islah antes de ser morto pelo ataque americano. As residências pertenciam a al-Okaimi, presidente do Islah, ao irmão de um alto funcionário do partido que trabalhava como motorista de al-Walaki e ao Sheik Abdul Majid al-Zindani, co-fundador do Islah considerado o Yousef al-Qaradawi do Iêmen.

Abdul al-Zindani é a prova de que o Islah não é de forma alguma um “partido moderado”. Em 2004 o Departamento de Tesouro dos EUA classificou-o como “um terrorista especialmente designado” para o recrutamento e financiamento da Al-Qaeda. Ele também possui ligações com Ansar al-Islam, grupo filiado a Al-Qaeda do Iraque. Um tribunal federal americano afirma que Zindani coordenou o atentado contra o USS Cole em 2000 e que recrutou pessoalmente os dois homens-bomba levados ao ataque.

A universidade fundada por ele em Sanaa, em 1993, tem doutrinado alunos desde sua fundação. John Walker, o “American Taliban”, que foi capturado enquanto lutava contra as forças americanas no Afeganistão foi aluno da universidade de al-Zindani. Anwar al-Awlaki não só estudou como também foi professor de 2004 a 2005. Umar Farouk Abdul Abdulmutallab, nigeriano que tentou explodir uma bomba a bordo de um vôo para Detroit, também teve aula na instituição. Existem ainda fortes evidências que indicam que Abdulmutallab e al-Walaki se conheceram na universidade de al-Zindani.

Sheik Abdul Majid al-Zindani possui fortes ligações com a Irmandade Muçulmana e o Hamas. Ele é funcionário da “Union of Good”, uma rede de instituições de caridade sob a supervisão do xeque Yousef al-Qaradawi, teólogo da Irmandade Muçulmana e uma das principais vozes sunitas do mundo. Essa “rede de caridade” é usada pelo Hamas para angariação de fundos. Em abirl de 2006, al-Zindani se encontrou com Khaled Mashal, líder do Hamas, na capital Sanaa. Na ocasião Zindani exortou a multidão a doarem ao Hamas.

O Islah afirma que al-Zinbdani não possui nenhuma ligação com a AQPA (al-Qaeda na Península Arábica) e com o terrorismo.

Mesmo que fosse verdade, sua pregação radical já não é mais que o suficiente para que um ativista pró-democracia condene-o?

Ora, Abdul Majid al-Zindani defende a “legitimidade” dos atentados suicidas realizados pelo Hamas, prega que “um Estado Islâmico está chegando” para triunfar sobre o Ocidente, é fervorosamente anti-americano,ensinando aos seus seguidores que “a chamada guerra contra o terror é na verdade uma guerra contra o Islã” .

A luta de Tawakkul Karman pelo direito das mulheres e eleições livres atraiu a ira de alguns de seus colegas do Islah. Por exemplo, Zindani  defende a permissão de que meninas menores de idade case-se com homens mais velhos, contrariando a luta de Karman que defende a proibição. Alguns clérigos da oposição também manifestaram-se contra Karman. Inegavelmente isso é bastante positivo, mas como escreveu Michael Rubin, “Tawakkul Karman merece ser honrada, mas certamente vale a pena perguntar como ela pode filiar-se a um partido cujo co-fundador abraça tais posições”?

Ela pode argumentar que o Islah é a alternativa mais viável contra Saleh, mas o grupo oposicionista ao qual pertence o partido religioso, é bastante diversificado. Por que ficar com o Islah?

Se ela sente que os outros partidos não são confiáveis, porque não criar seu próprio partido? Ela é uma verdadeira estrela no mundo árabe, certamente, tem plena condições de iniciar seu próprio partido.

Essas perguntas sequer foram feitas pelo comitê do Nobel, o mesmo que premiou Obama em 2009. Na verdade, ainda confirmaram a Irmandade Muçulmana como uma força positiva.

O presidente do Comitê do prêmio, Thorbjoern Jagland, disse que eles sabiam dos laços de Tawakkul Karman com a Irmandade Muçulmana, reconhecendo que “no Ocidente a Irmandade é vista como uma ameaça a democracia”. Mas, para Thorbjoern a ligação de Karman a Irmandade está longe de ser um quesito desqualificatório. Ele disse que o Ocidente erra ao temer o grupo: “Eu não acredito na visão do Ocidente [sobre a Irmadande Muçulmana]. Há muitos sinais que esse tipo de movimento pode ser uma parte importante da solução”.


O Prêmio Nobel da Paz tem o objetivo de prestar honras aqueles que lutam pelos direitos humanos (pelo menos em tese) , pela justiça e pela paz. No entanto, o prêmio foi concedido a uma ativista que abertamente pertence a um partido ligado a Irmandade Muçulmana e com um pregador jihadista da AQPA entre seus líderes. O Nobel da paz perdeu qualquer credibilidade que lhe restava, se é que restava alguma coisa.

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