Parte da grande mídia, intelectuais, artistas, professores universitários e outros formadores de opinião saudaram com entusiasmo a primavera árabe, ou seja, a onde de revoltas que se espalha pelo mundo islâmico desde o final do ano de 2010. Sem dúvida que os questionamentos por mais liberdade política e individual, por democracia, por melhores condições de vida, são necessários e devem ser elogiados e incentivados.
No entanto, todos os elogios e comentários festivos sobre a chamada primavera árabe são exagerados. É preciso ter muito cuidado ao analisar protestos dentro do mundo árabe. Nem todo protesto é por democracia e liberdade. Existem protestos que são justamente pelo contrário, ou seja, luta-se para acabar com a pouca democracia existente e tornar a liberdade praticamente inviável.
Um bom exemplo disso é o Egito. A primavera árabe conseguiu, no dia 11/02/2011, depor o presidente Hosni Mubarak, que estava no poder a 30 anos. Não se trata de defender o regime de Hosni Mubarak, no entanto durante o seu governo não houve grandes massacres de minorias, incluindo minorias religiosas.
Hosni Mubarak não foi exatamente um governante democrático. Inclusive ele fez um governo dúbio, hora ele se aproximava das potências ocidentais pedindo dinheiro, dizendo que ia modernizar o país, hora se aproximava dos grupos radicais islâmicos em busca de apoio político e, ás vezes, tentado passar a imagem, para o Ocidente, que a situação política e religiosa no Egito estava sob controle. O fato concreto é que talvez Hosni Mubarak tenha perdido a grande chance de modernizar o Egito e tirar esse país do autoritarismo religioso islâmico. Ele não fez as reais e urgentes reformas que o país tanto precisa.
O fato é que a Irmandade Muçulmana e outras organizações islâmicas radicais se aproveitaram da chamada primavera árabe para colocar em prática um plano que vinha sendo minuciosamente planejado a pelo menos 10 anos. Esse plano consiste na deposição do governo Hosni Mubarak, na implantação da lei islâmica em escala nacional e, por conseguinte, na perseguição e até mesmo no extermínio de todos os não-muçulmanos (judeus, cristãos, ateus, etc).
Mal o governo Hosni Mubarak caiu e a Irmandade Muçulmana, a organização extremista religiosa que detém o poder político, e os seus aliados, começaram a implantação da lei islâmica por todo o território egípcio. Dentro desse processo consta a restrição e a perseguição a todo e qualquer grupo que não seja islâmico.
Setores da grande mídia e da intelectualidade ocidental olham para a violência externa no Egito, após o fim do regime de Hosni Mubarak, e dizem que tudo não passa de uma “violência sectária”. O que é uma violência sectária? Toda a forma de violência deve ser rejeita, inclusive a tal violência sectária.
O problema é que o que a grande mídia chama de “violência sectária” são ataques sistemáticos, com táticas de guerrilhas, realizados por grupos paramilitares, as comunidades egípcias que não seguem ou praticam a religião islâmica. O Egito é um país de aproximadamente 81 milhões de habitantes. Desse total aproximadamente 12% da população pratica alguma religião diferente do Islã (judaísmo, cristianismo, etc), com aproximadamente 14 milhões de pessoas.
São esses 14 milhões que estão sendo duramente perseguidos pelos frutos da primavera árabe. Agora que não há mais o regime de Hosni Mubarak para colocar ordem no país, a Irmandade Muçulmana e seus aliados estão colocando em prática sua política de islamizar, mesmo que a força, todo o Egito.
A grande vítima desse projeto religioso e política da Irmandade Muçulmana é a minoria cristã, que representa em torno de 10% da população do país. Essa minoria sempre foi discriminada. Desde a conquista árabe, no século VIII, que a minoria cristã sofre duras discriminações por parte da maioria muçulmana. No entanto, após a queda do regime Mubarak os ataques aos cristãos se multiplicaram. Hosni Mubarak pode não ter sido um governante democrático, inclusive pelo fato de não ter feitos às reformas estruturais que o Egito tanto precisa, pode-se afirmar que ele foi um governante fraco, mas pelo menos, em seu governo, houve a garantia da integridade física, do direito a propriedade e da escolha a um culto religioso.
Após a queda de Hosni Mubarak tudo isso mudou. A Irmandade Muçulmana é totalmente contra a escolha de um culto religioso por parte do indivíduo. Para a Irmandade e seus respectivos aliados, só há uma religião, ou seja, o Islã. Por causa disso, quem não for muçulmano pode ter sua casa destruída, sua igreja queimada e até mesmo ser assassinado.
A Irmandade Muçulmana está colocando esse ideal em prática no Egito. Desde a queda do regime Mubarak, no dia 11/02/2011, que os não-muçulmanos, especialmente os cristãos, estão sendo duramente perseguidos. Os cristãos vivem com medo e aterrorizados. Suas casas são invadidas, seus templos são queimados, as mulheres cristãs são estupradas e as crianças cristãs são sequestradas. Além disso, é praticado livremente todo tipo de humilhação com os cristãos. Por exemplo, os cristão são xingados, apedrejados e jogam-se lama e fezes nos cristãos. Como se tudo isso não bastasse, existe uma campanha de assassinatos de cristãos em todo o Egito.
A grande mídia tem mostrado algumas imagens dessa ampla campanha. A mídia geralmente só mostra os grandes massacres, quando morrem, em um único dia, dezenas de cristãos. No entanto, as imagens que a grande mídia apresenta só representam 10% de toda a ampla perseguição que os cristãos estão sofrendo atualmente no Egito. Se nada por feito teremos no Egito um extermínio pior do que o genocídio de Ruanda em 1994. Nesse ano mais de um milhão de tútsis, grupo étnico que habita a Ruanda, foram mortos por outro grupo étnico, os hútus. O mais grave é que no Egito existe pelo menos 10 milhões de cristãos. Se a perseguição religiosa continuar é possível que no Egito o extermínio seja muito maior do que ocorreu em Ruanda em 1994.
O mais grave é que vemos a grande mídia e a intelectualidade ocidental ainda anestesiada com a propaganda da primavera árabe. Não vemos os órgãos responsáveis pelos direitos humanos (OUN, Senado Americano, União Europeia, etc) e os líderes mundiais dizerem uma única palavra em defesa das minorias que estão sendo cruelmente assassinadas no Egito. E tudo porque essas minorias se recusam a seguir a religião islâmica. Existe uma grave cortina de silêncio em torno da perseguição dos cristãos e outras minorias no Egito.
É bom a grande mídia, os intelectuais, os órgãos responsáveis pelos direitos humanos e os líderes mundiais acordarem para a realidade da primavera árabe. Essa “primavera” não está trazendo a democracia, a liberdade e a garantia de condições melhores de existência. Pelo contrário, está trazendo o forte perigo de chegar ao poder os grupos mais radicais dentro do Islã. Os grupos que historicamente odeiam o Ocidente e que querem implantar a lei islâmica em escala mundial. Até o presente momento a primavera árabe não representa um salto do Islã para a modernidade. Pelo contrário, representa um brutal retorno ao mundo tribal do século VIII.
O mundo preciso fazer alguma coisa para defender os cristãos que estão sendo exterminados no Egito e, ao mesmo tempo, é preciso dar outro rumo a primavera ou inverno árabe. É preciso fazer, de alguma forma, que essas revoluções nos países árabes não terminem levando ao poder os grupos extremistas que desejam acabar com qualquer forma de liberdade no Ocidente.
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