TEL AVIV - Manifestantes israelenses de extrema-direita e árabes entraram em conflito nesta quarta-feira, 27, Um El Fahem, a segunda maior cidade árabe em Israel. Mais de 1.500 policiais acompanhavam a marcha.
O grupo nacionalista, liderado pelo deputado Michael Ben Yair e pelos ativistas Baruch Marzel e Itamar Ben Gvir, entrou na cidade escoltado por uma grande força policial e portando cartazes com dizeres como "Um El Fahem judaica" e "Morte aos terroristas". A marcha pedia a expulsão dos cidadãos árabes de Israel.
Moradores da cidade que tentaram protestar contra o grupo foram reprimidos com bombas de gás lacrimogênio e granadas de efeito moral. De acordo com a polícia, alguns moradores tentaram lançar pedras contra os integrantes do grupo e oito foram presos. O deputado árabe Afu Agbaria, do partido comunista, ficou ferido por uma granada lançada por policiais.
O deputado Jamal Zahalka, do partido Balad, que participou dos protestos contra a entrada do grupo em Um El Fahem, disse ao site de notícias Ynet, que a população árabe se manifesta não só contra os "loucos pequenos, mas principalmente contra os loucos grandes, que estão no governo".
"Hoje em dia há um Marzel no governo que defende a troca da população de Um El Fahem", afirmou o deputado, em refêrencia ao ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, que propõe a transferência das cidades árabes-israelenses para um futuro Estado Palestino, em troca dos assentamentos da Cisjordânia, que seriam anexados a Israel.
Os líderes do grupo se identificam como seguidores do rabino Meir Kahane, cujo partido foi banido do parlamento israelense em 1988 por incitamento ao racismo, e afirmam que "Kahane tinha razão e hoje suas opiniões já são adotadas pela corrente principal da política israelense".
Nesta terça feira o grupo marcou 20 anos da morte de Kahane, assassinado em 1990 por um cidadão egípcio, com uma assembleia em Jerusalém. Durante o evento, o público aplaudiu quando foram projetados trechos de vídeos nos quais o rabino gritava "fora os árabes". Um dos participantes da assembleia foi Haim Perlman, suspeito de ter assassinado quatro palestinos.
Para marcar a data da morte de Kahane, ativistas do grupo também picharam as ruas das principais cidades do país com os dizeres "Kahane tinha razão".
A manifestação em Um El Fahem ocorre em meio a um endurecimento das leis de Israel em relação à população árabe do país.
Vários projetos de lei, que estão em diferentes estágios de aprovação, atingem principalmente os cidadãos árabes-israelenses, que são 20% da população.
Nesta terça-feira uma comissão parlamentar discutiu um novo projeto de lei, proposto pelo partido de extrema-direita Israel Beitenu, do chanceler Avigdor Lieberman, segundo o qual poderá ser cancelada a cidadania de pessoas condenadas por "traição e terrorismo".
Um representante do serviço de Inteligência Interna - Shin Bet - que participou da reunião, apoiou o projeto argumentando que o cancelamento da cidadania teria "um poder de dissuasão". O autor do projeto, deputado David Rotem, declarou que o objetivo da lei é "impedir que parlamentares traidores continuem fazendo parte de Israel".
No inicio de outubro, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, manifestou seu apoio a outro projeto de lei, que condiciona a cidadania israelense a um juramento de lealdade ao Estado de Israel "como Estado judaico e democrático".
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