LONDRES - Um líder do Taleban anunciou, em declarações à emissora britânica Sky News transmitidas nesta quinta-feira, 21, que o grupo insurgente islâmico planeja atacar o Reino Unido e outros países europeus.
Em entrevista realizada em um local secreto, o dirigente disse ao correspondente da emissora que dispunha de centenas de lutadores e de uma ampla oferta de recrutas dispostos a enfrentar as forças britânicas e americanas.
Após sete meses de negociações, a Sky News conseguiu acesso exclusivo a um grupo de combatentes do Taleban na província afegã de Kunar, no Afeganistão. Para a primeira entrevista, o correspondente foi levado a um local elevado nas montanhas de Kunar, além do alcance de toda autoridade governamental ou militar, e lá o esperavam 30 homens usando as tradicionais vestes afegãs, todos com os rostos cobertos por cachecóis e fortemente armados.
Em uma ameaça direta ao Reino Unido e a outros países europeus, o comandante vangloriou-se de que seu grupo tem simpatizantes no Reino Unido e em outros países europeus que só aguardam uma ordem para cometer ataques contra alvos não especificados.
"Enviamos uma mensagem a todas as nações estrangeiras de que as atacaremos a qualquer momento. Pode ser nas duas próximas semanas, pode ser hoje mesmo ou amanhã. Atacaremos também o Reino Unido. Temos pessoas confiáveis que nos escutam e esperam nossas ordens", disse o líder taleban.
Ele revelou ainda que o Reino Unido é a principal fonte de receita de seu grupo, que financia-se com donativos individuais nas mesquitas e centros comunitários em todo o país e que o dinheiro é canalizado no Paquistão e distribuído entre os grupos taleban escondidos nas montanhas que dividem os territórios paquistanês e afegão.
"Não somos como um governo, dependemos das pessoas. Conseguimos doações para a 'jihad' (guerra santa) de nossos irmãos muçulmanos o Reino Unido. É dever de todos os muçulmanos contribuir economicamente à 'jihad'. Assim é como conseguimos fundos, compramos armas e continuamos lutando", revelou o insurgente.
O comandante disse a Sky News que os rebeldes estão dispostos a negociar com as autoridades afegãs, mas que as tropas estrangeiras têm de deixar antes o país. "As forças americanas nos causaram muitos danos. Mataram muitas pessoas. Informamos ao povo da forma impiedosa como matam e causam sofrimentos. Predicamos o que ensina o Corão: que a 'jihad' é nosso direito e nosso dever inalienáveis. E todos os que nos escutam, se unem a nós imediatamente", acrescentou.
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