Lourival Sant'Anna - O Estado de S.Paulo
Os egípcios têm sua primeira experiência com a democracia hoje, quando decidem em referendo se aprovam reformas da Constituição preparadas por um comitê de juristas. No centro da disputa está a decisão sobre o papel do Islã. A proposta mantém o artigo 2.º da Constituição, segundo o qual "o Islã é a religião do Estado" e "a principal fonte da legislação é a jurisprudência islâmica (sharia)". Dos principais grupos políticos que participaram da revolta popular que há um mês derrubou Hosni Mubarak, apenas a Irmandade Muçulmana apoia o "sim".
Partidos de oposição e organizações que se formaram a partir do movimento realizaram ontem uma manifestação na Praça Tahrir, berço da insurgência egípcia, em favor do "não". Não há pesquisas de opinião. A reforma prevê eleições em junho para um novo Parlamento e em setembro para presidente.
Na Praça Tahrir, a questão inflama os dois lados. O engenheiro químico Mahmud Abu al-Bashir, de 65 anos, subiu em uma mureta para discursar para 20 pessoas. "Sou a favor da reforma porque poderemos escolher um presidente e se gostarmos dele o reelegemos, se não, votamos noutro", disse. "O Artigo 2.º não deve mudar. Somos na maioria muçulmanos e o Alcorão diz que os muçulmanos devem ser regidos pelo Alcorão e os cristãos, pela Bíblia", continuou. "Não tenho nada contra cristãos. Minha filha se chama Maria".
O engenheiro eletrônico Mohamed Moatmed, de 27 anos, subiu na mureta para discordar. "Vou votar "não" porque essa reforma manterá o Parlamento sob o domínio do Partido Nacional Democrático (PND, de Mubarak) e da Irmandade Muçulmana", disse. "Haverá pouco tempo para conhecer os candidatos."
O estudante de engenharia eletrônica Amgad Salah, de 22 anos, disse que não viu ninguém que o represente". "Sou cristão e não acho justo submeter todos os egípcios às normas do Islã." O jovem citou um exemplo: "A lei muçulmana admite o divórcio. Enquanto nós, cristãos, não".
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