Vídeo: A república Islâmica da Catalunha
(AFP) – MADRI — Os Estados Unidos consideram a Catalunha (nordeste da Espanha) "o maior centro mediterrânico de atividade de radicais islâmicos", o que os levaram a manter há dois anos uma célula de inteligência na capital da região, Barcelona, segundo documentos divulgados pelo site WikiLeaks citados pelo jornal El País.
"Autoridades espanholas e americanas identificaram a Catalunha como o maior centro mediterrânico de atividade de radicais islâmicos", afirma um documento enviado em outubro de 2007 pela embaixada americana em Madri para Washington, publicado pelo site Wikileaks e divulgado pelo jornal espanhol El Pais.
Isto levou Washington a abrir "uma multiagência de inteligência na capital catalã para combater o terrorismo islâmico e o crime organizado", segundo o jornal, que afirma que "a decisão foi tomada em outubro de 2007 e o centro secreto está em funcionamento há dois anos no Consulado de Barcelona".
De acordo com os documentos da embaixada, "a alta imigração, legal e ilegal, do norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia), assim como do Paquistão e Bangladesh, faz desta região um ímã para o recrutamento de terroristas".
"A Polícia Nacional estima que há cerca de 60 mil paquistaneses vivendo em Barcelona e seus arredores, a maioria homens, solteiros, sem documentação. Também há muitos imigrantes do norte da África", continuam.
Os documentos também indicam que, segundo os Estados Unidos, "a Espanha é o alvo preferencial e obsessivo da jihad", segundo o El Pais.
"Os americanos elogiam as muitas detenções realizadas desde 11-M (os atentados de 11 de março de 2004 em Madri, que mataram 191 pessoas), mas criticam abertamente a falta de coordenação dos serviços secretos espanhóis" e "tentam influenciar nas decisões do governo sobre o futuro de alguns detidos", disse o jornal.
Além disso, "não há uma lista consolidada de terroristas compartilhada pelos serviços, o que dificulta a identificação ou busca de pessoas de interesse para os americanos", afirma um documento de 2005, segundo o jornal.
Nos últimos anos, ocorreram diversas operações na Espanha contra grupos relacionados ao movimento islâmico, especialmente na região da Catalunha.
O site Wikileaks publica há 13 dias milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana e seu fundador, o australiano Julian Assange, foi preso na última terça-feira em Londres, onde aguarda seu processo de extradição para a Suécia por um suposto caso de crimes sexuais.
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