O Hamas poderia considerar um "cessar-fogo" com Israel, mas nunca reconhecer o Estado judaico, afirmou hoje o líder do grupo Ismail Haniyeh. A declaração é dada no 23º aniversário da fundação do grupo militante palestino, data comemorada por milhares de pessoas na Faixa de Gaza.
Haniyeh citou a guerra entre Israel e o Hamas e o cerco israelense na Faixa de Gaza, além de "planos internos e externos" do rival, para justificar sua postura de que o Hamas "nunca reconhecerá Israel". "Nosso fundador, xeque [Ahmad] Yassin disse: ''Liberem o que vocês puderem da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém, e onde não puder ser liberado, declarem um cessar-fogo", afirmou ele. Yassin era o líder espiritual do grupo e foi assassinado por Israel em 2004.
As fortes declarações contrastaram com as dadas em 1º de dezembro, quando Haniyeh sugeriu que o Hamas poderia aceitar um acordo negociado, caso a população palestina e os que vivem na diáspora votem a favor. O Hamas "irá respeitar os resultados do referendo mesmo se eles estiverem em conflito com posições do Hamas", afirmou então ele, em diálogo com líderes estrangeiros. "Nós aceitamos um Estado palestino com total soberania sobre a terra ocupada em 1967, com Jerusalém como capital e uma solução para a questão dos refugiados."
Hoje, porém, o clima era bem menos conciliatório. Antes da festa, Sami Abu Zuhri, um porta-voz do Hamas, disse que a intenção era mostrar como o grupo era popular entre a população da Faixa de Gaza. Atualmente, o grupo controla sozinho a região.
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