quinta-feira, 29 de julho de 2010

Salman Rushdie – O indiano que recebeu uma Fatwa de Khomeini decretando sua morte

Há 20 anos seu pescoço está por um fio por causa de fanáticos que insistem em ler seu Versos Satânicos como uma obra blasfema contra o Islã. Ele ainda corre riscos, a despeito do acordo firmado entre Irã e Inglaterra para suspender a fatwa - condenação à morte - contra Rushdie, acusado de apostasia em 1988 por causa do livro.

Ameaças. Rushdie, que todo dia 14 de fevereiro recebe uma carta de radicais, avisando que o país não esqueceu a fatwa decretada pelo aiatolá Khomeini (1900- 1989), não parece tão paranoico como há duas décadas, embora não ignore a advertência. Tem, inclusive, um livro pronto para ser publicado sobre essa experiência de viver perseguido.

Ele alega que o escreveu para contestar a história "falsa" que seu guarda-costas Ron Evans tentou publicar e foi interditada judicialmente há dois anos pela Corte Suprema de Londres. Evans teria argumentado em seu livro proibido que Rushdie tem instinto suicida e tirou dividendos financeiros da ameaça de morte. O livro em que o escritor finalmente pretende revelar tudo o que passou nas últimas duas décadas - primeiro se escondendo dos fundamentalistas e depois se retratando publicamente pelo conteúdo de Versos Satânicos - está pronto e nas mãos de seu editor.

Rushdie diz que não abjurou Versos Satânicos. Se, em 1990, pressionado pela ameaça de radicais muçulmanos, assinou um documento em que repudiou as ofensas ao Islã e assumiu o compromisso de trabalhar para o entendimento da religião no mundo ocidental, hoje diz que estava apenas defendendo sua vida. Não mudaria uma linha de seu polêmico livro, que, segundo ele, deve ser lido como obra literária, não como um libelo antirreligioso.

Os fundamentalistas, segundo Rushdie, estavam tão empenhados em incentivar a destruição pública de Versos Satânicos que nem sabiam do que se tratava a obra - sobre muçulmanos indianos que sobrevivem a um atentado. Nele, a passagem mais polêmica menciona uma possível adição ao conteúdo do Corão sugerida satanicamente aos ouvidos do profeta. O livro chegou a ser queimado nas praças. Seus editores e tradutores foram ameaçados de morte e livrarias chegaram a ser bombardeadas por manifestantes radicais.

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