O reino de Granada, último reduto muçulmano da Espanha, cai em mãos dos Reis Católicos em 2 de janeiro de 1492. A abdicação do sultão Boabdil põe fim a sete séculos de presença muçulmana na Espanha. Fernando de Aragão e Isabel de Castela dão entrada então, jà frente de suas tropas, na cidade de Granada. Os combates travados desde o século VIII contra os muçulmanos, que tinham como objetivo a reconquista das terras católicas espanholas, - a “Reconquista” -, se consuma com esta vitória. As novas fronteiras do país mostraram uma Espanha unificada, que tinha como base a religião. Mais tarde, depois dos muçulmanos, a rainha expulsaria todos os judeus da Espanha.
A “Reconquista” designou os séculos de lutas empreendidas pelos cristãos espanhóis contra os muçulmanos para reconquistar o território. No século VIII a Espanha visigótica é invadida pelos mouros da África do Norte que conquistam a quase totalidade da península. Aqueles poucos bastiões que resistiram no norte montanhoso não tardariam em tomas as armas, estendendo progressivamente suas fronteiras em direção ao sul. É bastante provável que os territórios a salvo da invasão tenham permitido preservar, dentro do espírito cristão, um forte sentimento de legitimidade do antigo reino visigótico. Este longo período da história espanhola não deixaria de marcar profundamente o país quer no plano político quanto no social e cultural.
No começo do século XI, o califado de Córdoba se divide em pequenos principados mouros independentes, denominados “reinados de Taifás”. Enquanto a dominação moura se enfraquecia, o reino de Castela se tornava particularmente poderoso com a anexação do reino de Leão em 1037, sob Fernando I. As condições estavam favoráveis para a conquista do território pelos cristãos. De resto, a peregrinação a Santiago de Compostela abriu o território cristão ao resto da Europa e trouxe o apoio do Papa e da nobreza estrangeira.
Em 1085, o rei de Castela, Alfonso VI se lança contra os mouros e consegue tomar Toledo. Diante da amplitude do avanço, os príncipes muçulmanos apelam para a ajuda dos Almorávides, uma dinastia berbere do norte da África, que se preocupam mais em unificar os territórios muçulmanos.
Após a tomada de Valencia por Rodrigo Diaz, o Cid El Campeador, em 1094, teve de se esperar até 1118 para que a reconquista assumisse um novo ímpeto: Alfonso I, rei de Aragão, multiplica os combates contra os mouros, conseguindo tomar Saragoça e a erige em capital.
Mouros x cristãos
Em meados do século XII, os Almorávides dão lugar à dinastia reformadora dos Almohades que acirram sua dominação sobre os territórios mouros. Os choques com os cristão não tardam e o mais violento deles ocorre em Alarcos em 1195 contra o rei de Castela, Alfonso VIII, que sofre uma terrível derrota.
Em meados do século XII, os Almorávides dão lugar à dinastia reformadora dos Almohades que acirram sua dominação sobre os territórios mouros. Os choques com os cristão não tardam e o mais violento deles ocorre em Alarcos em 1195 contra o rei de Castela, Alfonso VIII, que sofre uma terrível derrota.
Paradoxalmente, este episódio rendeu consequências positivas para os cristãos que decidem unir suas forças, que faz com que pela primeira vez alcancem uma esplendorosa vitória na batalha de Las Navas de Tolosa em 1212. Depois disso, o poderio almohada jamais se recuperaria de tal derrota. Seguiram-se a tomada de Córdoba, Valencia e Sevilha. No final do século XIII os muçulmanos ocupavam apenas o reino de Granada.
No âmbito social, as diversas classes são marcadas por esses séculos de reconquista. A nobreza se torna guerreira, orgulhosa, ávida de independência, embora fazendo prova de tolerância; o clero vê como uma necessidade o fato de defender a religião pela força; uma comunidade de pequenos proprietários defenderia ardentemente seus privilégios. De resto, as populações muçulmanas e judaicas não eram expulsas dos territórios e coabitavam com os cristãos, favorecendo o intercâmbio cultural. Obras de grandes pensadores, como Aristóteles, Averrois, Avicena, Maimônides, são traduzidas e circulam amplamente. Até o século XV a península conheceria crises interiores ligadas às sucessões e aos desentendimentos entre a realeza e a nobreza. Os séculos da Reconquista levaram a uma Espanha politicamente dividida, que somente seria unificada com o casamento de Fernando de Aragão com Isabel de Castela em 1469.
Fonte: Opera Mundi
1 comentários:
Devemos todos nos preencher dos espiritos de Fernando e Isabel e reconquistarmos a Europa e America e conquistarmos a Africa e a Asia, Por Cristo, Com Cristo e EM Cristo, Dei a vult!
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