Faleh Almaleki, 50, pode ser condenado até à prisão perpétua
Um iraquiano acusado de atropelar e matar a própria filha por considerá-la "americanizada" e "imoral" vai a julgamento nos Estados Unidos.
A morte da jovem Noor Almaneki, em outubro de 2009, chocou o estado do Arizona. Noor tinha 20 anos.
Segundo a acusação, Faleh Almaleki, de 50 anos, decidiu matar a filha depois que ela abandonou a casa da família e recusou um casamento acertado com o primo.
A família havia se mudado do Iraque para a cidade de Glendale no início dos anos 1990, quando Noor tinha 4 anos.
O jornal local de Phoenix "New Times" disse que o pai desaprovava o estilo independente e "americanizado" da jovem.
Embora fosse fluente em árabe e se orgulhasse de suas origens árabes, Noor vestia calça jeans, usava maquiagem, trocava de namorados e inclusive havia feito fotos como modelo, relatou o jornal.
No auge dos desentendimentos familiares, a jovem saiu de casa para morar com a família do namorado. Testemunhas e amigos disseram que desde então o pai não parava de assediar a moça.
No dia 20 de outubro de 2009, usando seu jipe Cherokee como arma, Faleh atropelou a filha e a mãe de seu namorado em um estacionamento no vilarejo de Peoria.
Noor morreu poucos dias depois, no hospital; a sogra sobreviveu.
O iraquiano fugiu para o México e de lá tomou um voo para a Grã-Bretanha, mas foi preso e deportado ao desembarcar em território britânico.
O crime despertou a atenção da comunidade e gerou protestos de grupos de direitos humanos, que pediram justiça contra os chamados "crimes de honra", normalmente cometidos por parentes para "limpar a honra" da família.
Segundo os jornais locais, a procuradoria decidiu não pedir a pena de morte para Faleh, mas ele pode ser condenado à prisão perpétua pelo crime.
O julgamento do iraquiano terá início no dia 18, na Corte Superior do condado de Maricopa.
De acordo com o "Peoria News", Faleh responderá por assassinato e tentativa de assassinato em primeiro grau, lesão corporal grave e tentativa de fuga após acidente com feridos.
Fonte: Estadão
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