LONDRES - A rede terrorista Al-Qaeda planeja aumentar sua presença no Iraque e "comprou" centenas de antigos aliados sunitas para que se unam a suas fileiras, segundo a edição desta quarta-feira, 11, do jornal britânico The Guardian.
O jornal cita como fontes dois importantes líderes das milícias que contam com o apoio dos EUA, que asseguram que a Al-Qaeda oferece aos membros destes grupos uma quantia em dinheiro superior à qual recebem como salário do governo iraquiano.
A Al-Qaeda, afirmam estes líderes, quer aproveitar o momento para aumentar seus efetivos no Iraque, em uma tentativa de demonstrar que têm presença e influência no país, sete anos depois da invasão internacional para derrubar o ex-presidente Saddam Hussein.
A rede terrorista liderada por Osama Bin Laden também pode estar tentando se situar em posição estratégica para aproveitar o vazio de poder causado pela instabilidade política no Iraque, que segue sem ter um Governo operacional cinco meses depois das eleições.
O xeque Sabah al-Janabi, líder do grupo "Os Filhos do Iraque", declara ao jornal que 100 dos 1.800 homens sob seu comando não recolheram seus salários dos últimos dois meses, o que considera um forte indício de que aceitaram dinheiro da Al-Qaeda.
"A Al-Qaeda voltou com força. Este é meu bairro e conheço cada uma das pessoas que vivem aqui. E sei a quem apoiam agora", assinala al-Janabi, cujo grupo opera em Hilla, localidade a 100 quilômetros ao sul de Bagdá.
"Os Filhos do Iraque" nasceram de uma série de pequenas rebeliões no final de 2006 contra combatentes associados com a Al Qaeda, que as forças americanas, comandadas então pelo general David Petraeus, quiseram fazer atuar a seu favor.
O comando militar americano aceitou o pagamento a cada um de seus membros um salário de US$ 300 (230 euros), para que estes grupos participassem da repressão aos insurgentes.
O grupo passou a ser controlado pelo Governo do Iraque em 2008 e desde então houve várias queixas sobre falta de confiança e atraso no pagamento dos salários, e contínuos ataques contra membros de "Os Filhos do Iraque" em todo o país.
Fonte: Estadão
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