O exército conseguiu impedir esta tentativa de atentado e neutralisar o kamikaze, um presumível activista islâmico, que conduzia a alta velocidade um carro armadilhado, que pretendia fazer explodir contra o quartel de Nema, a 1200 kms da capital Nouakchot.
Esta acção, de momento ainda não reivindicada, poderia ser uma medida de retaliação da AQMI, em resposta à operação militar conjunta franco-mauritana contra bases da AQMI situadas no Mali, no passado dia 22 de julho, que causou a morte de 6 salafistas e teria precipitado a morte, 3 dias depois, do refém francês Michel Germaneau, 78 anos, raptado por esta organização a norte do Niger no passado mês de abril.
As autoridades de Nouakchot afirmaram nessa ocasião, que o objectivo desta ofensiva militar era precisamente impedir um ataque contra um quartel mauritano, que a AQMI estava a planear.
Mais recentemente, o braço magrebino da Al Quaida, libertou 2 cooperantes espanhóis, sequestrados desde finais de novembro, a troco de um importante resgate e na sequência de complexas manobras diplomáticas, que permitiram a extradição do Mali para a Mauritânia, de Omar Ould Sid Ahmed Ould Hamma, cidadão maliano próximo da Al Quaida, mais conhecido pelo pseudónimo de "Omar Sahraoui", o presumível autor deste sequestro, condenado pela justiça mauritana a 12 anos de prisão.
A Al Quaida no Magreb Islâmico é na realidade uma nebulosa, com diferentes braços e líderes, muito activa na Argélia, no Mali e na Mauritânia, onde tem despoletado ataques e raptos, ao longo da vasta zona desértica, situada nos confins da Argélia, Mauritânia, Mali e Niger.
A concentração de forças da AQMI na Mauritânia, onde já desencadeu acções contra o exército e a pouca margem de manobra dos autoridades mauritanas para pôr cobro a acções terroristas, levam o professor universitário e consultor mauritano em comércio internacional, radicado em Portugal, a não descartar a implicação deste braço magrebino da Al Quaida na tentativa de atentado contra o quartel de Nema.
Fonte: RFI
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