Há alguns dias atrás um palestino de 26 anos enfureceu muçulmanos e terminou sendo preso após sob suspeita de se apresentar no Facebook como "Deus" e usar a rede social para criticar o profeta Maomé.
Conhecido na cidade de Qalqiliya, na Cisjordânia, como um barbeiro tímido, que rezava com sua família, Walid Husayin surpreendeu os vizinhos, que não conheciam suas verdadeiras opiniões sobre a religião.
Husayin enfrentará acusações de heresia por "insultar a essência divina" e poderá ser condenado à prisão perpétua. Muitos em sua cidade consideram o veredicto insuficiente, e querem que ele seja executado por renunciar ao Islã. Até seus parentes pedem uma punição dura.
- Ele deve queimar até a morte - disse Abdul-Latif Dahoud, de 35 anos, morador de Qalqiliya.
O palestino é suspeito de, durante anos, ter postado em blogs textos defendendo o ateísmo. Nos comentários, publicados em árabe e inglês, ele descrevia o Islã como uma "fé cega que cresce e domina as mentes das pessoas onde há irracionalidade e ignorância".
No Facebook, ele teria criado três comunidades onde declarava ser Deus e mandava seus seguidores fumarem maconha em versos que imitavam o Alcorão, livro sagrado do islamismo. Husayin despertou a ira de outros internautas, que criaram grupos para atacá-lo e chegaram a ameaçá-lo de morte.
Ele foi descoberto porque passou a usar um cybercafé depois de sua mãe descobrir textos sobre ateísmo em seu computador e cancelar seu serviço de internet. O palestino foi denunciado pelo dono do estabelecimento, Ahmed Abu-Asal, e acabou sendo detido.
Sua prisão é considerada um sinal de que a Autoridade Nacional Palestina, facção secular que governa o território, e o mundo árabe em geral estão aumentando o controle sobre o uso da internet e das mídias sociais. O governo da Cisjordânia é considerado um dos mais liberais da região em relação à religião.
Essa ação demonstra a "tolerância" dos governos islâmicos, pois mesmo a ANP sendo um governo de tedência secular, não impede que a "blasfêmia" seja punida duramente.
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