segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Livros de escolas islâmicas britânicas teriam conteúdo antissemita

Instituições se propõem a ensinar currículo de escolas da Arábia Saudita

Escolas frequentadas por crianças da comunidade saudita na Grã-Bretanha estão usando livros escolares com conteúdo antissemita e homofóbico, segundo uma investigação da BBC.

Um dos livros, direcionado a crianças com 12 e 13 anos de idade, diz que judeus se parecem com porcos e pede às crianças que façam uma lista com as más qualidades dos judeus.

O livro também traz ensinamentos islâmicos segundo os quais a homossexualidade seria um crime a ser punido com a morte.

As publicações foram produzidas pelo Ministério da Educação da Arábia Saudita.

A embaixada do país em Londres divulgou uma nota dizendo que esse tipo de material é frequentemente julgado fora do contexto e, muitas vezes, inclui descrições históricas.

O governo britânico disse que não vai tolerar que crianças muçulmanas na Grã-Bretanha recebam ensinamentos com conteúdo antissemita e homofóbico.

Os Ensinamentos

A equipe da BBC identificou uma rede com cerca de 40 escolas frequentadas por em torno de 5 mil crianças muçulmanas nos fins de semana.

As instituições, em funcionamento na Grã-Bretanha há cerca de 30 anos, se propóem a ensinar o currículo oficial adotado em escolas da Arábia Saudita.

Muitos dos alunos esperam um dia serem aceitos em universidades do país árabe.

Uma das lições ensina às crianças a forma correta de se cortar as mãos e os pés de ladrões: uma mão para a primeira infração, um pé para a segunda.

Outra pede a alunos que enumerem as más qualidades dos judeus e diz que os sionistas estão fazendo um complô para conquistar o mundo.

Os alunos também são ensinados que a punição para o crime de sodomia é a morte. O livro explica que nesse campo há opiniões divergentes sobre a forma da punição - apedrejamento, atirando o infrator do topo de um penhasco ou queimando-o em uma fogueira.

Um outro livro, direcionado a crianças mais novas, pergunta o que acontece a alguém que morre mas não é um seguidor do Islã. A resposta, segundo o livro, é "o fogo do inferno".

Em 2007, uma outra investigação da BBC revelou tendências antissemitas em livros adotados por uma escola saudita em Londres.

Na época, o governo saudita prometeu fazer uma revisão completa do material ofensivo presente no currículo nacional do país.

Inspeções

Escolas em regime parcial - ou seja, que não oferecem aulas em período integral - não são inspecionadas pelo órgão britânico responsável por fiscalizar instituições de ensino, o Ofsted.

No entanto, tendo em vista as denúncias, o governo da Grã-Bretanha já anunciou que a situação pode mudar.

O secretário britânico da Educação, Michael Gove, disse: "O Ofsted está trabalhando nessa questão, eles vão me dizer em breve como podemos assegurar que o ensino em período parcial seja melhor registrado e melhor fiscalizado no futuro".

O governo saudita disse que não tem vínculos oficiais com escolas de regime parcial e não apoia essas instituições.

A BBC descobriu, no entanto, que um prédio no oeste de Londres onde a equipe de jornalistas obteve um dos livros escolares com conteúdo polêmico é de propriedade do governo saudita.

Alerta

O membro do parlamento britânico Barry Sheerman (do Partido Trabalhista, de oposição) disse que os políticos vêm evitando o problema do extremismo em algumas escolas islâmicas da Grã-Bretanha.

"Há algumas escolas muçulmanas muito boas, mas há algumas que me preocupam muito, por seu espírito, seu foco e sua ideologia", ele disse.

O estudioso do Islã e líder religioso Usama Hasan, radicado no leste de Londres, fez um alerta sobre os perigos de se segregar jovens muçulmanos na Grã-Bretanha, particularmente nos seminários onde a nova geração de líderes (os imãs) está sendo educada.

"Eles não interagem com as pessoas que não são muçulmanas. Não aprendem os ingredientes do mundo ocidental", disse Hasan. "Então é muito fácil para eles ler os livros medievais - que foram escritos em um período quando o Islã estava sob ataque - e dizerem que os que não creem (no Islã) são nossos inimigos e que temos de atacá-los." BBC Brasil

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