Pixação feita por traficantes |
RIO - Se a topografia das favelas cariocas remete às aldeias xiitas no sul do Líbano, a superpopulação e a desordem urbana podem ser comparadas à Faixa de Gaza. Becos e vielas da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão remetem aos campos de refugiados de Khan Yunis e Jabaliya, onde soldados israelenses pareciam brincar de gato e rato com militantes islâmicos em violentos embates. Diante da ocupação, além de presenciar a chegada das forças de segurança fortemente armadas, em Gaza, civis foram usados como escudos humanos por militantes em fuga - experiência longínqua que pode servir de advertência à polícia carioca na primeira fase da tomada das comunidades.
- Aqui era comum ver militantes de grupos islâmicos, como o Hamas, infiltrarem-se em casas de civis em busca de abrigo. As famílias não tinham como desobedecer. Muitos morreram em ofensivas israelenses por conta de situações como essa. Para as Forças Armadas, é muito difícil distinguir civis de criminosos armados - adverte o analista militar israelense Hanan Grinberg, do site do portal Ynet. - Imprensa e sociedade civil terão papel fundamental no monitoramento das ações da polícia.
Ocupação, sozinha, não afasta a violência
As imagens de crianças brincando em ruas de terra e famílias marcadas por desesperança, pobreza se misturavam à presença policial e militar em Gaza. A varredura de milhares de residências, becos e vielas, desordenadas e superpovoadas, em busca de armas e militantes, envolve táticas de guerrilha urbana num labirinto de casebres. E exige cautela máxima de oficiais já tensos -- para que nenhuma vida civil seja perdida num movimento, eventualmente interpretado como suspeito.
O estágio de busca é arriscado para ocupantes e moradores. Mas, em Gaza, o histórico aponta que as incursões israelenses não impediram a ação de grupos islâmicos: o exército de Israel entrou, fez a chamada "limpa" do território, prendeu suspeitos, apreendeu armas e saiu. E o rastro de destruição deixado pode ser um lembrete ao Rio, de que a ocupação, sozinha, não afasta a violência das comunidades.
- Temos um confronto por questões de nacionalidade e terra. Vocês lutam contra vocês mesmos. É o Rio contra o Rio. O governo precisará de recursos e criatividade para que as comunidades tenham um futuro digno. Aqui, por exemplo, o governo palestino nunca teve como melhorar a vida dos moradores de Gaza por inúmeras questões internas. Após a ocupação de Israel e da saída, quem reassumiu o comando? O vácuo? O Hamas - disse Grinberg ao GLOBO.
Fonte: O Globo
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