segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A tragédia dos cristãos do Iraque é que ela não interessa a ninguém, diz católico caldeu.


Nirmala Carvalho : Asia News, 12 de novembro de 2010
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Al Arabiya: cristãos iraquianos protestam em chicago contra o massacre da igreja de Bagdá, em 31 de outubro  
Sob Saddam Hussein, os cristãos eram cerca de um milhão, no Iraque. Hoje, mais da metade fugiu, vivendo como refugiados em outros países, sobretudo na Síria e na Jordânia. Os que ficam para traz se sentem traídos e abandonados pelo governo e pela comunidade internacional, com apenas um desejo, o de viverem e praticarem sua religião em paz.

Birmingham (AsiaNews) –
“Agora há um perigo real de os cristãos do Oriente Médio, e do Iraque, em particular, serem exterminados, devido tanto à perseguição quanto à emigração em larga escala,"  isto de acordo com o Dr. Joseph Seferta, um católico caldeu, iraquiano de nascimento, vivendo na Grã-Bretanha, onde é membro da Comissão para o Diálogo Inter-Confessional da Arquidiocese de Birmingham. Ele deu uma entrevista exclusiva à Asia News sobre a difícil situação que os Cristãos enfrentam no Iraque e por todo o Oriente Médio. Eis aqui.


“Eu pertenço à Igreja Católica Caudéia, que abrange a maioria dos cristãos do Iraque. Entre os outros incluem-se os assírios, bem como os sírios, os cristãos armênios e os bizantinos, tanto católicos quanto ortodoxos. Os cristãos sob Saddam Hussein totalizavam cerca de um milhão, mas agora só metade deste número pernanece nos país, tendo os outros fugido para viverem como refugiados, sobretudo na Síria e na Jordânia.


A atrocidade cometida por fanáticos muçulmanos, que resultou em dezenas de católicos sírios mortos e dezenas de outros feridos, foi um grande golpe para a minoria cristã já em dificuldades. Ela foi seguida por outros assassinatos de cristãos em suas casas e negócios. Todos estes fanáticos (conhecidos por vários outros nomes), no Oriente Médio e em outros países de maioria muçulmana, estão decididos a imporem a Xaria e administrarem estados islâmicos onde não haja lugar para os cristãos.


Os cristãos do Oriente Médio, é claro, antecedem os muçulmanos em centenas de anos e remontam aos tempos dos apóstolos. Desde a conquista islâmica do século 7, eles foram transformados em cidadãos de segunda classe sem quase nenhum direito. Eles enfrentaram muitas ondas de perseguição, que reduziram grandemente seu número e influência. Eles sofrem com o preconceito e a discriminação diárias, enquanto que as minorias muçulmanas no Ocidente gozam de plenos direitos e construíram centenas de mesquitas.


Tragicamente, os cristãos do Iraque não tem nada a ver com a invasão americana, mas eles são sempre incorretamente acusados de se alinharem com o Ocidente 'cristão'. Agora. eles se sentem tanto isolados quanto traídos por seu próprio governo, bem como pela comunidade internacional. Eles sempre foram cidadãos exemplares, servindo a seu país em todas as áreas, e seu único desejo é serem deixados em paz para viverem e praticarem sua religião. Mas eles se tornaram um alvo fácil para os extremistas.


Há agora um perigo real de os cristãos do Oriente Médio, e do Iraque, em particular, serem exterminados, devido tanto à perseguição quanto à emigração em larga escala, a menos que algo seja feito urgentemente para reverter a tendência e salvá-los. São muitos os que não conseguem suportar mais o sofrimento e estão fartos de esperear por que alguém venha em seu auxílio. As pessoas parecem ou não saber ou não se importar com eles. Mesmo  o recente Sínodo do Oriente Médio convocado pelo Santo Padre foi desapontador, devido tanto à falta de unidade quanto de coragem. Já é hora de as Nações Unidas tratarem com seriedade deste enorme problema, pois, caso contrário, terminaremos com a catástrofe de um Iraque e um Oriente Médio vazio de cristãos.


Em outubro de 2007, 138 muçulmanos emitiram ´Uma Palavra em Comum entre Nós e Vocês', um convite importante aos cristãos para um diálogo baseado nos mandamentos comuns para amarmos a Deus e uns aos outros, encontrados na Bíblia e no Corão. O problema é que não existe nada disso no Corão.


Enquanto o amor é central no Cristianismo, ele é pouco relevante no Islam. Os poucos versos corânicos que mencionam ao amor significam algo que é totalmente diferente do Novo Testamento. No Corão, o amor de Alá é condicionado à obediência cega a suas leis. Assim, lemos no verso 4: 107, por exemplo: "Alá não ama os ímpios e os culpados."


O amor, no Corão, é apenas um atributo e não uma parte da própria essência de Deus (como em "Deus é amor" de João 1, 4:8). Tampouco existe o conceito de amor ao próximo. Há apenas o amor aos companheiros muçulmanos, que, por exemplo, são instruídos, em 5:59:  “Não tomeis os judeus e os cristãos por vossos amigos," e em 9:29: "Combatei os que não acreditam em Alá e em seu apóstolo, mesmo que eles sejam o Povo do Livro [cristãos e judeus], até que eles se submetam."

Tradução: DEXTRA

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