Era uma sexta-feira, mais precisamente 07 de outubro de 2007, vários alunos estavam reunidos na biblioteca da escola religiosa Merkaz Harav em Jerusalém.
Do outro lado, Alaa Abu Dheim, tido pela família como um jovem calmo, observava as bandeiras do Hamas que revestiam as paredes de sua casa, antes de partir em direção a escola da qual ele já havia trabalhado como chofer.
Era mais um dia comum, até Abu Dheim entrar armado no seminário e disparar contra todos que estavam presentes, oito jovens alunos que estavam no local foram mortos pelo combatente do Hamas, foram punidos pelo único “crime” de serem Judeus, o terrorista acabou sendo morto por um estudante que era do exército.
O ataque abalou Israel, que ainda não havia apagado da mente a explosão de um carro-bomba, também lançado pelo Hamas, em 2005. Esse é apenas um das centenas de ataques terroristas realizados contra civis israelenses pelo grupo que controla Gaza.
Outros civis de Israel que sofreram e perderam pessoas queridas, foram os que presenciaram os foguetes atirados a ermo pelo grupo terrorista Hezbollah. Em uma guerra, foguetes tendem a ser lançados contra alvos militares, no entanto, das colinas libanesas, eles caiam por toda a proximidade, e os civis eram as principais vítimas.
Nesse momento alguém lendo o que aqui já foi exposto bradará com furor: E os civis palestinos e libaneses mortos pelo exército de Israel?
Mas, então a morte de civis israelenses poderá ser justificada por uma vingança a morte de civis muçulmanos? Quem defende tal ato, não tem moral nenhuma para criticar Israel.
E digo mais, no que a morte de civis libaneses justifica a ação das Brigadas do Hezbollah em uma onda de atentados terroristas em Bagdá, em setembro de 2008 que causou a morte de pelo menos 28 pessoas e outras dezenas, sendo em sua grande maioria civis?
Segundo dados levantados por Robert Pape da Universidade de Chicago, durante a ocupação do sul do Líbano o Hezbollah realizou oito atentado suicidas, causando diversas mortes.
O que faz com que o Hamas e o Hezbollah sejam considerado grupos terroristas, não é a oposição ocidental, mas suas próprias ações. Considerar os mesmos apenas como grupos políticos é compactuar com suas ações injustificáveis.
Viajando diretamente do Oriente Médio para as terras brasileiras, assistimos ao apoio descarado da diplomacia tupiniquim encabeçada pelo Presidente Lula, a regimes e grupos terroristas, ignorando suas ações criminosas. O reflexo dessa lua de mel, com Teerã e Gaza, trouxe diversos tipos de reações no país. E trago em especial a reação de alguns setores muçulmanos e árabes da sociedade brasileira.
Diante da visita do ainda presidente Lula a Palestina, o site islâmico “Fi Sabeel Allah” publicou uma carta dos muçulmanos brasileiros ao presidente. A carta de agradecimento é assinada pelos principais setores muçulmanos/árabes da região sul, região de maior presença árabe do país, além de alguns setores de esquerda. Assinam a carta: O Centro de Estudos Islâmicos de Belo Horizonte, as Entidades Árabes-brasileiras de Foz do Iguaçu, a Sociedade Beneficente Árabe Brasileira do Paraná, o Comitê Árabe Brasileiro de Solidariedade, o Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos-PR, a FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil, a Associação Cultural Sírio Brasileira de São Paulo, a Associação Cultural Sírio Brasileira da Região Sul, o Jornal Água Verde (Curitiba), o Movimento Democracia Direta – Nacional, o CEBRAPAZ Paraná, a EPP - Escola Internacional de Formação Política Poder Popular (DF) e o
Fórum Brasileiro de Organizações Populares de Defesa do Parlasul – FOPOPSUL (DF).
A íntegra da carta pode ser lida aqui. Destacarei alguns trechos importantes:
A carta diz:
“...Vossas palavras [do presidente Lula] sobre a necessidade de conquistar a paz no Oriente Médio, a derrubada do muro da vergonha que ( Israel ) constrói, e o covarde cerco a Gaza, encheram de alegria os corações dos brasileiros, árabes e seus descendentes, no Brasil e no exterior. E para que tenha sucesso, as negociações de paz não podem prescindir da participação dos governos da Síria e Irã, assim como do partido político libanês Hezbollah e do partido político palestino Hamas”.
Primeiramente, como inserir o Irã, que defende o fim de Israel, em um processo de paz? Como negociar com quem quer apenas destruí-lo? Isso é no mínimo um desejo contraditório e sem sentido.
Mas, o que chama mais atenção nesse trecho da carta é o tratamento de “partidos políticos” ao Hamas e Hezbollah.
Iniciei esse artigo falando desses dois grupos justamente por isso, pois tratar tais grupos terroristas como “grupos políticos” é ignorar suas ações criminosas, ou pior, compactuar com as mesmas. As negociações de paz envolvem governos legítimos, no caso Israel e a ANP, e não forças insurgentes paralelas com o objetivo de exterminar Israel e implantar a Sharia. Vemos dessa forma o claro apoio dos muçulmanos brasileiros a esses grupos.
Estes mesmos na referida carta defende as pesquisas nucleares iranianas dizendo:
“...Vossas palavras foram palavras de um líder honrado e corajoso, à altura da grandeza do Brasil, um país soberano, que não aceita a hipocrisia do discurso israelense de condenar as pesquisas nucleares na República Islâmica do Irã, quando Israel tem ogivas nucleares e não aceita prestar contas às Nações Unidas sobre esse grave crime de lesa-humanidade que ameaça todo o Oriente próximo.”
Ora, Israel possui ogivas nucleares, mas não fica ameaçando varrer o Irã do mapa. Agora permitir que Ahmadinejad desenvolva armamentos nucleares com suas claras ameaças a paz é muita loucura.
O fato, é que se fala muito em muçulmanos extremistas e muçulmanos moderados, mas quando partimos para fatos, tais distinções desaparecem. Quem defende terrorista compactua com suas idéias e suas formas de luta. Se não compactuam, então respondam a simples pergunta:
O Hamas, o Hezbollah, a Al-Qaeda, o Al-Shabab, o Talibã e etc. São grupos terroristas ou não?
Contra fatos não há argumentos!
De olho na Jihad 03/11/2010
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